REINALDO SILVA
reinaldo@diariodonoroeste.com.br
Na noite de 23 de outubro de 2021, Paranavaí foi atingida por um intenso vendaval, com rajadas de até 70 quilômetros por hora e chuva forte, inclusive com ocorrência de granizo. O temporal derrubou árvores, comprometeu a rede elétrica e o abastecimento de água e danificou imóveis nas áreas urbana e rural. Por causa da extensão dos estragos, a Administração Municipal decretou situação de emergência, condição reconhecida ontem pelo Governo Federal. Outras cidades do Noroeste do Paraná estão na lista e, a partir de agora, é também podem pedir apoio financeiro ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
De acordo com o secretário de Patrimônio Público e Trânsito, Jeferson Luiz Cattelan, que integra a Comissão Municipal de Defesa Civil, com o reconhecimento da situação de emergência, algumas pessoas poderão solicitar parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para cobrir os danos em imóveis. O direito ao saque é garantido a quem enfrenta condições de vulnerabilidade e tem cadastro na Secretarial Municipal de Assistência Social. A solicitação passará pela avaliação técnica da Caixa.
A Prefeitura de Paranavaí ainda aguarda para saber se o Governo Federal irá ressarcir os prejuízos ao patrimônio público. A estimativa é que o valor dos danos chegue a R$ 582 mil. O temporal de 23 de outubro comprometeu 24 escolas municipais, sendo necessário suspender as aulas em três delas. Aproximadamente 700 alunos foram afetados. O maior prejuízo se deu no Estádio Waldemir Wagner, já que será necessário substituir totalmente a cobertura da arquibancada. Também houve despesas extras com corte e remoção de árvores, algo em torno de R$ 70 mil.
Cattelan informou que os custos com cestas básicas foram absorvidos pela Secretaria de Assistência Social. Apenas 15 famílias procuraram ajuda do poder público através da Ouvidoria Municipal ou do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), com unidades distribuídas em pontos estratégicos da cidade. A equipe está fazendo um levantamento com o intuito de verificar a demanda e identifica se outros moradores dependem do auxílio para a aquisição de alimentos.
O secretário de Patrimônio Público e Trânsito fez questão de enfatizar que todas essas ferramentas apresentadas a partir do reconhecimento da situação de emergência são consideradas como ajuda humanitária, ou seja, acessíveis apenas para os moradores comprovadamente afetados pelo desastre climatológico e que vivem em condições de vulnerabilidade social. A regra vale tanto para o saque do FGTS quanto para a distribuição de cestas básicas e telhas.
Cattelan também falou sobre os prejuízos no campo. Não apresentou números, mas garantiu que a interrupção no fornecimento de energia e no abastecimento de água teve consequências drásticas especialmente sobre a pecuária. Diante das perdas, é possível que o Governo Federal disponibilize recursos para os produtores atingidos, mas por enquanto não há confirmação.
Além de Paranavaí, o Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência em Nova Londrina, Terra Rica, Rondon, Santa Izabel do Oeste, São Miguel do Iguaçu, Cruzeiro do Oeste, Moreira Sales, Ramilândia, Japurá, Indianópolis, Alvorada do Sul, Foz do Iguaçu, Farol e Ourizona – municípios paranaenses.