REINALDO SILVA
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Diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e presidente do Sindicato Rural de Paranavaí, Ivo Pierin Júnior diz que a redução no preço da mandioca favorece a normalização do mercado em médio prazo.
O ano será de recuperação, depois de um longo período de estiagem entre 2019 e 2021. Os fatores climáticos comprometeram o desenvolvimento das lavouras, diminuindo significativamente o teor de amido da raiz, achatando a produtividade.
Sem oferta de matéria-prima suficiente para abastecer a indústria, os valores pagos aos mandiocultores cresceram a passos largos e o preço máximo da tonelada de mandioca chegou a R$ 1.218 em janeiro deste ano.
A situação começou a mudar em meados de fevereiro, com pequenas quedas. No dia 28 daquele mês, a tonelada caiu para R$ 1.200. Ontem essa mesma quantidade chegou a R$ 986.
Os valores apresentados aqui foram cotados pela equipe do escritório regional da Secretaria do Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
A análise de Pierin Júnior é que, mesmo com esse ajuste, os preços continuam remunerando bem os produtores. Agora é importante que não acelerem a oferta para não pressionar a indústria, isso poderia desequilibrar o mercado novamente.
Ainda é cedo para saber quando os efeitos serão percebidos pelo consumidor final de derivados de mandioca. As indústrias seguem com estoques de produtos mais caros e precisam repassar os valores; aos poucos vão caindo. “É normal que a adequação do mercado seja mais lenta. É um processo”, disse o diretor da Faep.
Pierin Júnior pareceu estar otimista, afinal o calor e as chuvas de verão foram benéficos para as lavouras de mandioca, até então prejudicadas. O teor de amido está em condições regulares e a produtividade volta, pouco a pouco, aos patamares anteriores à estiagem.