Esta época possibilita maior socialização, intensifica o consumo de álcool e drogas e facilita a exposição a situações consideradas de risco para infecções sexualmente transmissíveis
REINALDO SILVA
Da Redação
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforçou a orientação aos municípios paranaenses para que ampliem a cobertura da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) – uma dose combinada de dois medicamentos diários utilizados para prevenir a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).
O alerta ganha maior relevância em razão do Carnaval, período que possibilita maior socialização, intensifica o consumo de álcool e drogas e facilita a exposição a situações consideradas de risco para algumas infecções, especialmente as transmissíveis sexualmente.
Responsável pelo programa de Controle das IST/Aids na 14ª Regional de Saúde de Paranavaí, Maria da Penha Francisco informa que além da relação sexual sem proteção, há risco em acidentes e intoxicações.
Há mais de 30 tipos de ISTs, mas as mais preocupantes são as passíveis de transmissão vertical, quando a contaminação se dá de mãe para filho durante o período de gestação. Entram na lista HIV, sífilis e hepatites virais B e C.
A PrEP é um instrumento de prevenção ao HIV, mas como evitar outras ISTs? Maria da Penha Francisco responde: “Antes de qualquer coisa, recomendamos o uso do preservativo interno (feminino) e externo (masculino)”. Há ainda imunização contra as hepatites A e B e o HPV.
Preservativos, vacinas e PrEP estão disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde. No caso da profilaxia de prevenção ao HIV, a indicação é para pessoas a partir de 15 anos, com peso corporal igual ou superior a 35 quilos, sexualmente ativas e que apresentam contextos de vulnerabilidade com agravante de risco de infecção.
De acordo com a responsável pelo programa de Controle das IST/Aids, a avaliação de exposições ao HIV é individualizada e considera práticas sexuais, dinâmicas sociais e contextos específicos.
Outras características são levadas em conta para a recomendação da PrEP: repetição de práticas sexuais anais ou vaginais com penetração sem uso de preservativo, frequência de relações sexuais com parcerias eventuais e histórico de episódios de IST.
Vítimas de violência sexual, pessoas que mantiveram relações sexuais desprotegidas ou trabalhadores em situação de acidente ocupacional com risco podem acessar a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Tem como base o uso de medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco de infecção em situações de potencial exposição ao HIV.
A PEP deve ser iniciada no máximo em até 72 horas após a exposição, sendo recomendado seu início o quanto antes. A profilaxia é realizada por 28 dias e a pessoa precisa ser acompanhada pela equipe de saúde, inclusive após esse período, fazendo os exames necessários.