REINALDO SILVA
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As vacinas contra a Covid-19 aplicadas até agora se mostraram eficazes e amenizaram os sintomas da doença. Com menos casos moderados e graves, as taxas de internações hospitalares caíram, assim como a mortalidade. Em Paranavaí, por exemplo, o último óbito foi no dia 16 de dezembro, uma mulher com 101 anos de idade e comorbidades associadas. Até a tarde de ontem, o município totalizava 360 mortes.
Apesar do desempenho favorável da estratégia de imunização, ainda há quem resista à vacinação. Sem o esquema completo, essas pessoas ficam suscetíveis aos sintomas da doença, especialmente com a possibilidade de novas variantes circulando no Brasil.
Técnica da Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, especialista em Análise da Situação de Saúde, Maria da Penha Francisco afirma que novas variantes ainda não foram identificadas no Noroeste do Paraná, mas as viagens, as festas e as comemorações de fim de ano, com aglomerações de pessoas, podem ser portas de entrada para as mutações do coronavírus nos municípios da região.
Recentemente, o Ministério da Saúde recebeu o primeiro lote da vacina bivalente contra a Covid-19, fabricada pela Pfizer. Tem efeitos de proteção sobre a ação da cepa original do vírus e das subvariantes BA.4 e BA.5.
As equipes das regionais de saúde do Paraná ainda estão recebendo capacitações sobre a aplicação de os efeitos da nova versão do imunizante. Por enquanto não há recomendações para a população quanto à inclusão no esquema vacinal.
Maria da Penha chama a atenção para o aumento no número de casos positivos de Covid-19 nas últimas semanas, especialmente após a primeira quinzena de novembro. “Estamos saindo de um período em que os encontros presenciais não eram possíveis, então há essa preocupação.”
A técnica da Vigilância Epidemiológica cita o exemplo de Porto Rico, município com maior elevação no índice de confirmações da doença. O problema já era esperado “por conta do incremento de visitantes nesta época”, diz Maria da Penha. São Carlos do Ivaí aparece em segundo lugar entre os maiores coeficientes de incidência por habitantes.
É preciso levar em conta que as restrições sanitárias foram sendo abrandadas à medida que a vacinação avançou. É o caso do uso de máscara de proteção facial, que nos períodos mais críticos da pandemia de Covid-19 era obrigatório em lugares com concentração de pessoas, mas agora é opcional.
A recomendação de Maria da Penha é manter as regras de etiqueta respiratória: ao espirrar ou tossir, cubra nariz e boca com um lenço de papel ou utilizar o antebraço; mantenha distância mínima de dois metros das outras pessoas; e em ambientes com aglomerações, use máscara. Além disso, é necessário higienizar as mãos, não tocar no rosto, no nariz e na boca e manter limpas as superfícies. As condutas de prevenção valem para diferentes doenças virais.
Pacientes com sintomas de Covid-19 devem procurar atendimento médico para obter o diagnóstico correto e receber os cuidados necessários. A técnica da Vigilância Epidemiológica é enfática: não devem fazer automedicação.