*Marcos Fenício
Na última década, as grandes empresas foram inseridas no debate ambiental, principalmente na maneira como se posicionam sobre o tema e aos impactos que podem causar nos ecossistemas, além do seu comportamento em relação às práticas ESG. Como forma de consolidação desse propósito, também buscam o título de “Empresas B”, que certifica corporações com visões socioambientais.
Embora o Brasil tenha apresentado um crescimento de 38% na lista global que reconhece “Empresas B”, atualmente, são apenas 233 companhias certificadas no quesito, diante de quase seis milhões de empresas em atividade no país, segundo o Ministério da Economia.
As “Empresas B” costumam fortalecer sua cultura socioambiental, atingindo seus colaboradores e tornando-os mais engajados nas causas ligadas ao meio ambiente e mais confiantes e multiplicadores dos impactos positivos.
Para ser considerada uma “Empresa B”, é preciso avaliar os impactos de decisões em relação aos seus colaboradores, clientes, fornecedores, comunidade e ao meio ambiente. A cada dia que passa, a Tia Sônia investe e desenvolve políticas, práticas e programas que a tornem um instrumento positivo de impactos sociais, ambientais e econômicos, ou seja, no caminho de ser uma empresa melhor no país, em linha com o que preza o Sistema B.
Hoje existem três pilares das empresas B dentro da marca Tia Sônia:
- O cuidado com os colaboradores para além do exigido legalmente;
- Ter produtos naturais e certificados para manter a qualidade com mínimos impactos ambientais;
- A diversidade nas ações, doações e investimentos sociais, voltados principalmente para educação e alimentação de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Ser competitiva e sustentável a longo prazo
Conciliar competitividade no mercado atual com o desenvolvimento sustentável pode não ser uma tarefa fácil, mas de acordo com a marca, é uma tarefa necessária e urgente.
O desenvolvimento sustentável é uma ferramenta essencial para a competitividade e não o contrário. Hoje, se você não tiver propósitos alinhados às atividades socioambientais, você não permanece no mercado. Isso agrega valor a sua marca. Os colaboradores não querem mais fazer parte de empresas que só visam o lucro.
Na Tia Sônia, as escolhas para estar em linha com as práticas ESG podem ser notadas, por exemplo, no início do processo de adaptações das novas embalagens, que contém o selo “I’m Green” – produzida 100% de maneira sustentável, com 64% feita de plástico verde e 36% de garrafa pet reciclada.
Essa embalagem custa, para nós, 40% a mais do que a nossa antiga produção e isso não é repassado para o custo final do produto. Mas, é nisso que entra o nosso compromisso de alinhamento com as práticas das empresas B. Embora custe mais, traz benefícios ao meio ambiente, o que, a longo prazo, torna-se mais valoroso, além de estar em sintonia com as práticas ESG.
Afinal, como se tornar uma empresa B?
No caso da Tia Sônia, foi necessário estruturar, na prática, a gestão ambiental, os indicadores ESG, elaborar políticas, organizar dados e documentos. No processo, a empresa se deparou com alguns dos desafios, entre eles:
Organização de dados e registro dos indicadores;
Comunicação interna, os dados para a certificação envolvem toda a empresa, então, é necessário que os setores colaborem em conjunto para coletar as informações e implementar as novas práticas e políticas;
Ter que declarar as informações do ano fiscal anterior e não do que está sendo implementado atualmente, isso faz com que as empresas adicionem informações consolidadas no processo, o que aumenta a credibilidade da certificação, mas acaba tornando o processo mais longo.
Durante o processo, perceber o quanto nosso propósito sempre esteve alinhado à esta causa foi essencial. Ser uma empresa certificada traz benefícios por ser um lugar mais seguro e equitativo, que busca fortalecer questões sociais como direitos humanos e diversidade.