ADÃO RIBEIRO
Restando mais de um ano para o pleito, as eleições 2022 movimentam o cenário político em Paranavaí e região. A rápida visita do governador Ratinho Júnior no último dia 3 de agosto ao Noroeste reacendeu algumas questões e, em certa medida, mobilizou militantes partidários. Também o debate na Câmara e no Senado nesta semana sobre as regras eleitorais para a próxima disputa levou postulantes e siglas a uma reflexão visando a presença no pleito em 2 de outubro do ano que vem.
Tião Medeiros, atual deputado estadual, desponta até então como único pré-candidato à Câmara Federal por Paranavaí e tem intensificado os contatos. Ele já descartou postular o terceiro mandado na Assembleia Legislativa e tentará desembarcar em Brasília a partir de 2023, passando pela aprovação das urnas em 2022.
Como tem uma posição consolidada no plano estadual onde haveria uma reeleição considerada “tranquila” para a Alep, sua mudança abre espaço para outras lideranças e então a disputa pré-eleitoral se intensifica, inclusive, em torno do seu apoio.
Presidente da Câmara – O médico e presidente da Câmara de Vereadores de Paranavaí, Leônidas Fávero Neto, já confirmou ao DN que está na fase de busca por apoios, visando a consolidar a candidatura. É um pré-candidato declarado na busca pelos votos do Noroeste.
Ele faz parte do grupo de Tião Medeiros, que também conta com a expressiva participação do prefeito de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes, o delegado KIQ. Não é novidade que KIQ tem a preferência de grande parte do grupo para ser candidato a deputado estadual. Porém, influencia na sua posição a necessária renúncia a 2 anos e 8 meses de mandato no Executivo, caso queira disputar.
A vida pessoal é fator determinante. KIQ quer priorizar a família e Uma eventual eleição o colocaria entre Paranavaí e Curitiba, contemplando a presença na Alep e o contato regional com as bases. Apesar dessas questões familiares que poderiam afastá-lo da disputa, ele não descartou completamente a candidatura, conforme disse ao DN nesta sexta-feira.
Ainda em Paranavaí, o vereador Roberto Picoreli (Pó Royal) deve disputar uma cadeira na Alep. Ele foi o vereador mais votado em Paranavaí com pouco mais de 1.600 confirmações e esteve nas duas últimas eleições para estadual. Picoreli é convidado do DN para uma entrevista, mas aguarda a definição da formação da chapa para se manifestar. Tem ligações com a assistência social e a saúde.
Nomes da Região – No plano regional surgem dois nomes: o do presidente da Amunpar (Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense) e prefeito de Terra Rica, Julio Leite; e o do prefeito de Santa Cruz de Monte Castelo, Fran Boni, ex-presidente da Amunpar.
Julio Leite declarou ao DN em 9 de julho que poderia disputar, mas com algumas condições. Uma delas é o apoio do deputado Tião Medeiros. Outra é que a candidatura seja fruto de entendimento regional, passando, inclusive, pela posição do prefeito KIQ de Paranavaí, que na sua avaliação tem condições muito favoráveis caso decida pleitear a vaga na Assembleia.
Embora tenha uma pesquisa indicando aprovação dos seus munícipes caso decida disputar, Leite tem também a difícil decisão de renúncia de mandato. Na avaliação de Leite a região pode eleger até três deputados estaduais, caso siga unida.
Fran Boni condiciona a sua possível candidatura a uma mudança na legislação, prevendo o voto distrital misto. Neste momento, o Congresso Nacional acena para o retorno às coligações no modelo chamado federação partidária, ou seja, um conjunto de partidos alinhados nacionalmente por um determinado período. Nas regras atuais não são permitidas coligações. Boni antecipa que conta com apelo popular da sua cidade e do entorno, embora também tenha a dificuldade da renúncia.
Igualmente citado entre os eventuais candidatos em 2022, o prefeito de Nova Londrina, Vico Bono, descartou ao DN que vá disputar as eleições do ano que vem. É um jovem que vive o início do segundo mandato de prefeito, apontado como importante liderança no jogo político do Noroeste.
PT avalia cenário – Também o PT não descarta a participação de um quadro paranavaiense na disputa por uma vaga na Assembleia em 2022. Integrante do Diretório Estadual, o ex-vereador César Alexandre antecipa que estará focado na coordenação regional da candidatura a presidente a República.
No entanto, o partido avalia lançar o ex-vereador Professor Carlos para pleitear uma cadeira na Alep. Igualmente vai depender da legislação. Outra possibilidade é apoiar o atual deputado Arilson Chiorato, maringaense que deve pleitear a renovação do mandato e que conta com largo trânsito no PT local.