Terezinha de Nadai, professora aposentada de rede municipal de Alto paraná e escritora
Do teu olhar dispende
Tão longínquos dias
Emaranhados no passado,
Forjados na dor.
Do teu olhar
Marejam sonhos
Perdidos pelo caminho
Relegados ao esquecimento.
Do teu olhar
Refletem cenas do outrora
Felizes e risonhas
Pautadas com muito amor.
Do teu olhar
Desprende a alma
Reclusa no corpo físico
Qual cárcere encerrada.
Do teu olhar
O tempo escoa
Qual rio caudaloso
Levando consigo
Experiências de dor.
Do teu olhar
A resignação faz morada
Trazendo a tona
O melhor que há em si.
Do teu olhar
A reflexão é irmã
Das horas solitárias
Pontuando experiências vividas.
Do teu olhar
A espera é certeira
Trazendo um fio de esperança,
Libertando -se das amarras terrenas.
Do teu olhar
Que contempla o nada
Há vestígios de vida
Adormecidos no recanto d’alma.
Do teu olhar
Desfilam as décadas
Da curiosidade e da força
A responsabilidade da madureza.
Do teu olhar
Quanta saudades tens
De tempos perdidos
Esquecidos nas estações…
Do teu olhar
Agora eu sei…
Haviam marcas de vida
Que só o bem viver registra e retrata na alma.