SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quando Cristiano Ronaldo foi escolhido o melhor do mundo pela quinta vez, em 2017, Robert Lewandowski ironizou a eleição em sua conta no Twitter. Era um inconformismo do atacante com a repetição dos mesmos nomes, ano após ano.
Por uma década, a partir de 2008, os vencedores foram apenas o português ou Lionel Messi, algo que começou a incomodar outros atletas de ponta do futebol mundial. Com o tempo, os gols de Lewandowski o fizeram ser reconhecido como queria. Nesta segunda-feira (17), o polonês foi considerado pela Fifa o melhor jogador do mundo em 2021. Ele já havia ganhado o prêmio em 2020.
Na última temporada europeia, a de 2020-2021, o centroavante foi preponderante para o Bayern de Munique conquistar o Campeonato Alemão pela 9ª vez consecutiva. No ano passado, também fez o gol do título da equipe no Mundial de Clubes, mas o troféu era referente a 2020.
O artilheiro marcou 41 gols em 29 jogos da liga nacional na última temporada. Quebrou o recorde do alemão Gerd Muller, que havia anotado 40 vezes em 34 partidas em 1971-1972. Ele foi o principal goleador do torneio nos últimos quatro anos.
Lewandowski superou a concorrência de Lionel Messi, vencedor da Bola de Ouro, entregue pela revista France Football, e de Mohamed Salah. A escolha foi feita por uma combinação de votos de técnicos e capitães das seleções nacionais e jornalistas selecionados pela Fifa.
O polonês frustrou a esperança do argentino ficar com o troféu pela sétima vez e reafirmar sua condição de maior ganhador da história. Salah tentava ser o primeiro africano melhor do mundo desde que o atacante George Weah, da Libéria, foi eleito em 1995.
O centroavante, que ainda tenta classificar seu país para a Copa do Mundo do Qatar, se beneficiou pelo fato de que não houve um craque superior aos demais de forma indiscutível entre 2020 e 2021. Chelsea (vencedor da Champions League de 2021) e a Itália (campeã da Eurocopa) não tiveram nenhum grande destaque e venceram por causa do coletivo.
Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, dois nomes que sempre estão na mente das pessoas responsáveis pela escolha, também não tiveram temporada no mesmo nível de anteriores. Isso apesar de o argentino ter conquistado o título da Copa América.
A eleição confirmou a seca dos jogadores brasileiros na eleição. O último nome do país a conquistar o prêmio foi Kaká, então no Milan (ITA), em 2007. Desde então, apenas Neymar foi duas vezes finalista. Ficou em terceiro em 2015 e 2017.
Alexia Putellas, 27, do Barcelona, ganhou como melhor jogadora de 2021. A meia era considerada a favorita e foi eleita pela primeira vez. Nunca uma espanhola havia vencido a premiação. Ela já havia ficado com a bola de ouro da France Football.
Ela superou a concorrência de sua compatriota e companheira de equipe, Jennifer Hermoso, e da australiana Samantha Kerr, do Chelsea.
Foi a vitória final para Alexia, uma das estrelas do Barcelona que teve a temporada perfeita. Foi campeão da Champions League, Campeonato Espanhol e Copa da Rainha.
O Brasil também não teve nenhuma atleta entre as finalistas. A última vitória do país foi de Marta, em 2018.
Campeão com o Chelsea na principal competição europeia, o alemão Thomas Tuschel foi escolhido o melhor técnico de 2021. Ele pode ser o adversário do Palmeiras no Mundial de Clubes a ser realizado nos Emirados Árabes no próximo mês.