MARCELO TOLEDO
DA FOLHAPRESS
A safra de laranja 2024/25 no cinturão citrícola formado pelo interior de São Paulo e pelo Triângulo/Sudoeste mineiro deverá ser a pior em mais de três décadas, cenário que ampliará a pressão global em relação à oferta da fruta e poderá resultar em aumento de preço do suco de laranja.
A produção da citricultura na região deverá atingir 232,38 milhões de caixas de 40,8 quilos cada na próxima safra, o que representa uma queda de 24,36% em relação à safra anterior e de 24,53% em comparação com a média das últimas dez safras.
A estimativa foi divulgada pelo Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), em Araraquara (a 273 km de São Paulo).
Dados exibidos na apresentação, que ocorreu neste mês na Fundecitrus, indicam que o patamar previsto para a safra que se inicia é o menor desde que o órgão iniciou sua pesquisa de estimativa, há dez anos, e também inferior aos dados da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos) desde a década de 1980.
A safra futura, se confirmada, só será superior às 214 milhões de caixas apontadas pela CitrusBR na safra 1988/89. É, também, a menor já projetada pelo Fundecitrus, que até agora tinha na safra 2016/17 seu piso, com 245 milhões de caixas.
O anúncio era muito aguardado pelo setor citrícola, já que o Brasil responde por cerca de 75% do comércio internacional de suco de laranja no mundo. Por isso, qualquer abalo registrado internamente provoca reflexos em outros países.
Que poderia haver uma redução já era indicado por representantes do setor, mas as projeções do mercado indicavam uma próxima safra perto de 300 milhões de caixas.
Juliano Ayres, gerente-geral do Fundecitrus, afirmou que o número apresentado nesta sexta surpreendeu, justamente por ser a menor safra estimada pelo Fundecitrus, e que o clima e o greening foram determinantes.