Zumbidos, dificuldades em compreender conversas em ambientes ruidosos e a sensação de que todos falam mais baixo do que o normal são os primeiros sintomas da perda auditiva, muitas vezes ignorados e postergados, permitindo que o problema evolua, a ponto de uma surdez profunda.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é de que 900 milhões de pessoas no mundo todo podem desenvolver surdez até 2050. Atualmente, existem 500 milhões de pessoas com problemas auditivos, sendo 10,7 milhões no Brasil.
Mesmo o envelhecimento sendo a maior causa de perdas auditivas, há também outros fatores que podem contribuir para que danos sejam causados. Exposição a ruídos, falta de higiene e algumas doenças também são mais frequentes. Os casos mais específicos podem vir de causas menos comuns, que são identificadas pelo médico especialista.
Existem algumas formas de perdas auditivas, que, segundo Marcia Bonetti, fonoaudióloga e responsável técnica da Audiba, empresa de próteses auditivas, podem estar classificadas em:
- Perda auditiva condutiva: quando o ouvido externo ou o médio não podem conduzir o som adequadamente. A causa pode ser a acumulação de cera ou o rompimento dos tímpanos;
- Perda auditiva neurossensorial: ocorre quando as fibras nervosas delicadas na orelha interna ficam danificadas. Isso as impede de transmitir o som corretamente. A causa mais comum da perda neurossensorial é o envelhecimento;
- Perda auditiva mista: consequência da combinação entre a perda auditiva condutiva e neurossensorial. Há diversas causas como fatores genéticos, medicamentos e traumatismo craniano;
- Perda auditiva neural ou retrococlear: quando o nervo auditivo está danificado ou ausente. O envelhecimento e ruídos em excesso por longo tempo são as principais causas.
Tratamento
Marcia Bonetti comenta que, para não chegar a um quadro irreversível, identificar o problema e procurar por ajuda é essencial para evitar maiores danos. “O paciente deve sentir alguns sintomas e, quando isso acontecer, deve procurar um especialista”, alerta a fonoaudióloga. “Assim, evitará maiores problemas que podem surgir caso o cuidado necessário não seja tomado”
As perdas auditivas são irreversíveis. No entanto, é possível melhorar a audição, especialmente com aparelhos ou implantes. Segundo Márcia, em geral, medicamentos, cirurgias e uso de prótese são os métodos utilizados para curar a perda ou evitar sua deterioração. Por existirem distintas formas de perdas auditivas, os casos em específico devem ser analisados para que seja escolhido o melhor tratamento.