A Santa Casa de Paranavaí abre neste final de semana a Unidade Morumbi. Nesta primeira fase serão 38 leitos que receberão pacientes que aguardavam cirurgias eletivas, que estavam suspensas para reservar leitos às vítimas da pandemia da Covid-19. As primeiras internações serão realizadas neste domingo (03) e na manhã de segunda-feira (04) serão realizadas as cirurgias.
“Graças ao Governo do Estado, a 21 prefeitos, através do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Amunpar, e dos seus secretários de Saúde, através do Cresems (Conselho Regional de Secretários Municipais de Saúde) vamos poder ampliar os serviços da Santa Casa. Com a nova unidade, começamos a enfrentar um dos maiores problemas da região que era a falta de leitos hospitalares”, comemorou o diretor-geral do hospital, Héracles Alencar Arrais.
O planejamento é ir ampliando pouco a pouco os leitos da Unidade Morumbi. Quando este processo estiver concluído, serão 108 leitos, dez dos quais de UTI, e serão oferecidos diversos serviços. “Agora vamos atender a demanda de cirurgias eletivas que estava represada. Mas quando a unidade estiver toda aberta será um hospital-geral, com todos os serviços”, explicou Arrais.
A Santa Casa de Paranavaí é o maior hospital da região e o único com a UTI. É referência para casos de urgência e emergência e outros procedimentos, como os partos de alto risco. Também foi referência regional para os pacientes de Covid até o mês passado.
A nova Unidade é fruto de um amplo acordo feito anos atrás, quando um grupo empresarial privado, formado principalmente por médicos, desistiu de levar adiante a construção de um hospital. Foi acordado na época que o grupo devolveria o terreno com o que já havia sido construído, sem qualquer indenização, para a Prefeitura, que por sua vez o repassaria para a Santa Casa, permutando com o terreno onde foi construída a UPA.
Investimentos – Como a Santa Casa, uma instituição filantrópica, ficou com o terreno e a construção foi viabilizado o investimento público no empreendimento. Inicialmente o Governo do Estado, através da Secretaria de Saúde (SESA), investiu cerca de R$ 20 milhões para a conclusão das obras físicas e depois mais R$ 20 milhões para a compra de móveis e equipamentos. E agora a SESA ajudou a construir um modelo de custeio da unidade.
Como prestadora de serviços, a Santa Casa vai receber do SUS pelos procedimentos realizados. Como estes valores são deficitários, o Governo do Estado vai bancar uma parte e 21 municípios do CIS/Amunpar a outra.
“Não fosse o Governo do Estado com seus pesados investimentos esta unidade não se viabilizaria. E agora, além do Governo do Estado, através do governador Ratinho Júnior e do secretário Beto Preto, temos o apoio de 21 prefeitos para garantir o custeio de seu funcionamento”, informa Arrais.
A nova Unidade vai ampliar desde já a capacidade de cirurgias da Santa Casa. Com dois centros cirúrgicos – um na Unidade Central e outro na Unidade Morumbi – a capacidade vai mais que dobrar. As cirurgias eletivas passarão de 150 para 312. Nestes números não estão incluídos os casos de urgência e emergência.
Numa situação financeira extremamente delicada, resultado da pandemia que exigiu mais gastos e reduziu as receitas e dos altos custos dos insumos cujos preços subiram entre 40 e 50%, sem que houvesse reajuste dos repasses financeiros ao hospital, a Santa Casa abre a nova unidade com muita cautela. “Vamos ter 30 dias de funcionamento. Só depois vamos faturar e encaminhar a documentação. O pagamento demora mais uns 30 dias. Vamos, portanto, começar a funcionar agora e os recursos só vão começar a entrar em dois meses”, revela o diretor do hospital.
De outro lado, uma outra situação impõe que o hospital entre em funcionamento de forma escalonada: a falta de mão de obra. A gerente assistencial da Santa Casa, Marily Vasconcelos Gomes, informou que vem encontrando dificuldades para preencher as vagas que foram abertas com a nova unidade. “Não tem mão de obra qualificada disponível”, diz ela. A gerência assistencial é responsável pela área de enfermagem do hospital.