Diretoria trabalha com a possibilidade de não liberar a primeira parcela em novembro. Tudo vai depender de trâmites legais em andamento
REINALDO SILVA
Da Redação
A Santa Casa de Paranavaí tem um desafio pela frente: reunir recursos financeiros para pagar o 13º salário dos 700 funcionários. A liberação da primeira parcela em novembro depende da conclusão dos trâmites burocráticos para viabilizar um empréstimo. Caso não haja tempo hábil, o valor será disponibilizado integralmente em dezembro.
A diretoria também está atenta à necessidade de sanar o atraso no pagamento dos médicos.
O objetivo é começar janeiro de 2025 com o caixa em ordem, uma realidade distante desde a pandemia de Covid-19. Durante a crise sanitária, a Santa Casa de Paranavaí precisou reduzir o número de cirurgias eletivas, o que comprometeu as receitas do hospital. Ao mesmo tempo, enfrentou a alta de preços em insumos e medicamentos.
Como resultado, em 2022 o déficit financeiro chegou a R$ 7 milhões.
Repasses dos governos federal e estadual e o apoio de parlamentares paranaenses foram importantes para amenizar o problema, mas 2023 também terminou com as contas no vermelho, algo em torno de R$ 3,5 milhões.
Em 2024, a Santa Casa recebeu R$ 4 milhões intermediados pelo deputado federal Tião Medeiros. Com a verba disponível, foi possível reforçar o poder de negociação com os fornecedores, gerando economia de aproximadamente R$ 1 milhão nas aquisições.
O alívio não foi completo, mas permitiu projetar um fim de ano menos deficitário na comparação com as marcas anteriores. O diretor geral Héracles Alencar Arrais estima que o prejuízo em 2024 fique na casa de R$ 1 milhão.
Outra parcela de R$ 4 milhões, também mediada por Medeiros, é esperada para os primeiros meses de 2025. O dinheiro já está empenhado, mas os trâmites para a liberação ainda estão em andamento.
Se não houver intercorrências, tudo indica que será possível alcançar o equilíbrio das finanças a partir do ano que vem.
Crise generalizada
Arrais faz questão de enfatizar que a pandemia de Covid-19 atingiu a maioria dos hospitais filantrópicos do Brasil. Alguns, como a Santa Casa de Paranavaí, estão conseguindo se recuperar aos poucos, mas há casos em que as dívidas estão longe do fim.
Um exemplo é o Hospital Metropolitano de Sarandi. Nesta semana, a Justiça determinou que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nomeasse um interventor, responsável pela administração provisória. A Santa Casa de Campo Mourão também está sob intervenção, decretada pela prefeitura em fevereiro.
No caso de Paranavaí, com a dívida decrescendo, não existe risco de medida semelhante.
Raio-x digital
O diretor geral informa que no último sábado (26), a Santa Casa promoveu a cerimônia simbólica de inauguração do equipamento de raio-x digital, equipamento de quase R$ 600 mil doado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A solicitação partiu do deputado estadual Soldado Adriano José.
Moderno e eficiente, o aparelho dará celeridade e maior precisão aos exames.
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