Santa Casa e CIS/Amunpar esperam ampliar o número de cirurgias eletivas a partir de julho

REINALDO SILVA

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Os atendimentos começam às 7 horas. Assim que chegam, os pacientes podem tomar café da manhã e aproveitar o cardápio definido por uma nutricionista, com pães, bolos e outras opções de alimentos. A oferta da refeição matinal começou este mês, uma novidade para quem busca os serviços do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (CIS/Amunpar), em Paranavaí.

Ali, são feitos consultas, exames e encaminhamentos para procedimentos cirúrgicos, todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As especialidades médicas são distribuídas ao longo da semana, com dias específicos para cada uma. Para dar uma ideia, as consultas de ginecologia acontecem segundas e quartas-feiras.

Antes de chegar ao Centro Regional de Especialidades (CRE), os pacientes passam pela triagem da equipe de atenção primária, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos municípios. Quando há necessidade de intervenção cirúrgica, são direcionados para a Santa Casa de Paranavaí, conforme a ordem dos cadastros e a disponibilidade de vagas.

Referência regional, a Santa Casa de Paranavaí atende pacientes de todo o Noroeste do Paraná. Até março deste ano, a média mensal de cirurgias eletivas era de aproximadamente 160 na Unidade Central. A partir do dia 4 abril, data de abertura da Unidade Morumbi, a oferta foi ampliada, com previsão de mais 312 procedimentos por mês.

O diretor-geral da Santa Casa, Héracles Alencar Arrais, comentou: “Não estamos atingindo o índice previsto, mas esperamos engrenar a partir de julho”. A fase é de adaptação para o hospital, o CIS/Amunpar, os municípios e a 14ª Regional de Saúde, representante do Governo do Estado.

Um levantamento preliminar do CIS/Amunpar detalha o número de cirurgias realizadas em abril e maio, identificando também cancelamentos e ausências. Segundo a diretora da Divisão de Gestão Hospitalar, Isabel Vasconcelos, por questões técnicas há divergências em relação aos dados da Santa Casa. Além disso, é preciso considerar que a maioria dos pacientes de Paranavaí é encaminhada sem o intermédio do Consórcio Intermunicipal de Saúde.

O relatório de abril mostra que foram 104 procedimentos, com 47 cancelamentos e 56 faltas. Em maio, a lista de cirurgias realizadas aumentou para 173, havendo, então, 35 cancelamentos e 51 ausências.

Isabel Vasconcelos explicou que os cancelamentos podem ocorrer por diferentes motivos. O paciente pode desistir, optar pela cirurgia particular ou mudar de cidade. Com menor frequência, existem situações dentro da Santa Casa que impedem a intervenção cirúrgica, por exemplo, a ausência do médico.

Os trâmites burocráticos e a maneira mais efetiva de atender os pacientes estão sendo avaliados constantemente por todas as partes envolvidas no contrato. É preciso otimizar o processo de liberação de documentos e exames e reduzir o tempo na fila de espera por cirurgia.

Os detalhes vão se ajustando aos poucos, garantiu a diretora de Gestão Hospitalar do CIS/Amunpar. É possível, sim, chegar aos 312 procedimentos por mês. De acordo com o diretor-geral da Santa Casa, o hospital tem capacidade para ultrapassar essa marca e fazer 330 cirurgias eletivas mensais.

Unidade Morumbi – O funcionamento da Unidade Morumbi depende de repasses do Governo do Estado e dos municípios, através do CIS/Amunpar, somando aproximadamente R$ 14,2 milhões ao ano, e as cirurgias eletivas são distribuídas proporcionalmente entre as prefeituras.

Neste primeiro momento, são 38 leitos em funcionamento, sendo a capacidade total de 108, exclusivamente para pacientes do SUS.

O novo prédio foi inaugurado em 2018, quando o Governo do Estado autorizou o repasse de R$ 20 milhões para a compra de equipamentos. Desde então, a Santa Casa aguardava a assinatura do convênio para instalá-los e colocá-los em funcionamento.

Os trâmites foram interrompidos em 2020, quando a chegada da pandemia de Covid-19 sobrecarregou o sistema de saúde e foi preciso interromper as cirurgias eletivas em hospitais de todo o Estado. Os procedimentos foram retomados após o avanço da vacinação e a redução de casos moderados e graves.