REINALDO SILVA
Da Redação
O objetivo é terminar o ano com as contas equilibradas, mas o caminho até 31 de dezembro ainda é longo. Desde 2021, a Santa Casa de Paranavaí enfrenta dificuldades financeiras, e a diretoria tem buscado formas alternativas de cobrir o déficit e manter a oferta ininterrupta de serviços para os pacientes de todo o Noroeste do Paraná.
Uma das questões a ser resolvida é o atraso no pagamento dos médicos. Normalmente, o valor é depositado 60 dias após a prestação dos serviços, em razão dos trâmites burocráticos da liberação do dinheiro pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até o efetivo depósito na conta do profissional. No caso da Santa Casa, a distância ultrapassa dois meses.
O diretor-geral do hospital, Héracles Alencar Arrais, garante que já começou a reduzir a diferença e espera que dentro de alguns meses seja possível normalizar a situação do corpo clínico. Aproveita a oportunidade para agradecer à equipe pela compreensão e seguir com os atendimentos, apesar do problema salarial.
A ajuda externa tem se mostrado fundamental para a saúde financeira da Santa Casa. Em fevereiro deste ano, o deputado federal Tião Medeiros ratificou o repasse de R$ 4 milhões, possível através de emenda parlamentar apresentada em 2023. O dinheiro já está sendo aplicado na compra de medicamentos e insumos.
Em junho, Medeiros anunciou mais R$ 4 milhões. Nesse caso, a verba sai do Ministério da Saúde e passa pelo governo do estado, que reencaminha para a Santa Casa. A expectativa é de que a liberação ocorra, efetivamente, até o fim deste ano. “O deputado é um importante parceiro”, declara Arrais.
Também contribuíram com o repasse de verbas: senadores Oriovisto Guimarães (R$ 500 mil) e Flávio Arns (R$ 500 mil) e deputados federais Pedro Lupion (R$ 500 mil), Gilson Fahur (R$ 300 mil) e Gleisi Hoffmann (R$ 200 mil). Ex-secretário estadual de Saúde e deputado federal, Beto Preto destinou R$ 1,6 milhão.
Outro reforço importante partiu da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, R$ 580 mil utilizados para a aquisição de um aparelho digital de raio-x, que deve ser instalado ainda este mês, mas não há data definida para que comece a ser utilizado de fato.
O diretor-geral da Santa Casa cita mais uma conquista importante, o equipamento de hemodinâmica, utilizado para exames cardiovasculares e procedimentos como cateterismo e angioplastia. Da mesma forma, não há data definida para que comece a operar. A compra do aparelho de quase R$ 3,4 milhões foi possível graças ao intermédio do deputado federal Ricardo Barros, atual secretário de Indústria, Comércio e Serviços do Paraná.
Apesar do grande volume de verbas destinadas à Santa Casa, nem todos os valores foram disponibilizados. A diretoria espera com otimismo que isso ocorra o quanto antes. Somados, os recursos darão maior estabilidade financeira.
Até lá Arrais recorre mais uma vez à comunidade de Paranavaí e do Noroeste do Paraná. Sugere a criação de grupos de voluntários para contribuir com a Santa Casa, seja com repasse de verbas, seja com a doação de itens específicos. Exemplifica: há hospitais filantrópicos que recebem materiais para a manutenção ou peças de rouparia.
O diretor-geral também cita a campanha de doação a partir de R$ 20, valor acrescentado à conta de energia elétrica. A contribuição permanece estampada nas faturas mensais por quanto tempo o consumidor quiser, bastando solicitar a interrupção quando desejar.