DA FOLHAPRESS
Para adequar seus custos à nova lei de remuneração da enfermagem, parte das Santas Casas avalia fechar unidades ou reduzir o número de técnicos da equipe, mantendo os auxiliares de enfermagem, segundo Edson Rogatti, diretor da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo).
“Cada um vai ver o que é mais viável. A situação está muito difícil. É muito complexo porque agora é lei”, afirma.
Rogatti diz que também vê no setor uma disposição de seguir o exemplo da Santa Casa de Belo Horizonte, que resolveu judicializar, pedindo bloqueio mensal de contas públicas da União, do governo de Minas Gerais ou da gestão municipal para bancar os gastos com salário.
Ele afirma que considera precipitado iniciar as demissões neste momento e tem pedido paciência. “A gente espera, o governo prometeu, através da Câmara e do Senado, que viria a fonte de recurso, mas até agora, nada”, diz.
Sancionada neste mês, a lei fixa remuneração mínima de R$ 4.750 para enfermeiros. Técnicos de enfermagem devem receber 70% desse valor. Já os auxiliares e parteiros ganham 50%.
O setor tem procurado autoridades dizendo que não há orçamento provisionado para absorver tais custos.
Sancionada por Bolsonaro sem fonte de custeio, a medida tem sido avaliada como um gesto eleitoreiro para agradar uma categoria que sofreu os efeitos da má gestão da pandemia e chegou a ser alvo de ataques de militantes bolsonaristas em 2020 ao defender o isolamento social e o uso de máscaras.
Paranavaí – O desafio da Santa Casa de Paranavaí é o mesmo que enfrentam hospitais filantrópicos de todo o Brasil..Conforme matéria veiculada pelo DN no último sábado (13), a diretoria já fala em redução de serviços e se preocupa com a possibilidade de suspender as atividades.
O Diário do Noroeste apurou que algumas categorias de profissionais estão com salários atrasados e há defasagem nos valores pagos aos médicos, em razão da falta de reajuste na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).
A exemplo do cenário nacional, o reajuste salarial dos profissionais de enfermagem, aprovado em âmbito federal, também preocupa. Os cálculos indicam aproximadamente R$ 1 milhão por mês de impacto na folha de pagamento.
A Santa Casa de Paranavaí reúne aproximadamente 700 funcionários e atende moradores de todo o Noroeste do Paraná. Quase 80% dos atendimentos são para pacientes do SUS.