KLAUS RICHMOND
DA FOLHAPRESS
O Santos quebrou mais um recorde negativo na gestão do presidente Andres Rueda. Nesta sexta-feira (15), a equipe paulista anunciou a demissão do técnico uruguaio Diego Aguirre, 58.
O treinador é o oitavo nome descartado pelo atual cartola da agremiação -e também o de passagem mais curta. Durou 40 dias, ou apenas cinco partidas no cargo.
“Por decisão do Comitê de Gestão e da coordenadoria de futebol, o técnico Diego Aguirre não comanda mais o time profissional do Santos Futebol Clube. O treinador foi comunicado da decisão pelo coordenador técnico Alexandre Gallo”, comunicou o clube.
Na partida contra o Bahia, na próxima segunda-feira (18) considerada decisiva para as pretensões santista para fugir da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, o time será dirigido interinamente pelo auxiliar Marcelo Fernandes.
As equipes estão separadas por quatro pontos. O Santos, 17º colocado, com 21 pontos, tenta se aproximar da formação tricolor, que soma 25.
Além do comandante, também deixam o clube os auxiliares Juan Verzeri e Juan Andres Iraola e preparadores físicos Fernando Piñatares e Ignácio Piñatares.
Aguirre sai da Vila Belmiro com o pior aproveitamento de um treinador do clube no século: 20%, com uma vitória e quatro derrotas.
Os maus resultados deixam para trás o próprio antecessor, Paulo Turra, que havia durado sete jogos e se despediu com 28,5%. O estopim foi a derrota por 3 a 0 para o Cruzeiro, na última quinta (14), na Vila Belmiro. Dirigentes do clube entenderam como inaceitável a postura da equipe.
Rotina de mudanças
A saída do uruguaio engrossa uma tônica observada no Santos desde o início de 2021, quando Andres Rueda assumiu a presidência: o clube virou uma máquina de moer técnicos.
O argentino Ariel Holan, o primeiro contratado da gestão, durou apenas 13 partidas e puxou a fila recheada por uma série de nomes conhecidos.
Fernando Diniz, atual técnico da seleção brasileira, foi a segunda aposta, mas saiu logo e com apenas 44%. Em seguida, estiveram no clube Fábio Carille, Fabián Bustos, Lisca, Odair Hellmann e Paulo Turra.
A situação do Santos se torna, rodada a rodada, cada vez mais dramática. O clube ainda foi multado e precisará jogar os próximos dois jogos em seu estádio com portões fechados.
A punição imposta pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) ocorreu por causa de objetos arremessados no gramado durante a partida contra o Grêmio, no último dia 20 de agosto. O alvinegro ainda poderá recorrer.
Paira sobre a Vila Belmiro um temor de uma queda ainda inédita -mesmo com lutas diretas nos últimos dois anos.
Recentemente, Paulo Roberto Falcão pediu demissão do cargo de coordenador esportivo após denúncia de importunação sexual contra uma funcionária do hotel onde vivia. O caso ainda é investigado, e o ex-jogador negou as acusações. Ele foi substituído por Alexandre Gallo.
Em 2023, o Santos sucumbiu pelo terceiro ano consecutivo ainda na fase de grupos do Campeonato Paulista. O time terminou o torneio estadual na 11ª colocação, sendo o único dos quatro grandes fora do mata-mata.
O mesmo ocorreu na Copa Sul-Americana: a equipe não alcançou classificação em grupo com Newell’s Old Boys (ARG), Audax Italiano (CHI) e Blooming (BOL). Na Copa do Brasil, foi eliminado pelo Bahia, nos pênaltis, nas oitavas de final.