REINALDO SILVA
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A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) espera que até março de 2024 um novo sistema unificado de informações sobre o agronegócio esteja em operação no Paraná. O objetivo é reunir dados do setor para fazer análises de risco, identificar potenciais e traçar planejamentos.
“Será uma grande plataforma compartilhada, universal”, resumiu o diretor técnico da Seab, Benno Henrique Weigert Doetzer.
Ele esteve em Paranavaí na manhã desta quarta-feira (29) e conversou com prefeitos, secretários municipais e servidores públicos da Região Noroeste. Apresentou a proposta e destacou a importância da participação de todos. “Estamos buscando parcerias para a coleta de indicadores nos setores público e privado.”
Quanto maior o volume de informações à disposição dos gestores, maiores serão as chances de sucesso. “Queremos municiar o poder público, os produtores e os empreendedores para que tomem decisões acertadas e tenham eficiência na aplicação dos recursos.”
A agricultura é a maior fonte de riqueza do Paraná e representa 30% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em um ano.
As regiões Oeste e Noroeste foram escolhidas para o início do programa Agrodata no Paraná, mas o sistema alcançará todos os municípios do estado.
De acordo com o diretor técnico da Seab, a informatização resultará em um grande mapa interativo que estará à disposição do Governo do Estado, das prefeituras, dos órgãos de assistência rural e dos próprios produtores. Cada um desses agentes será ao mesmo tempo fornecedor de dados e usuário do sistema.
Posteriormente, o gerenciamento digital das informações viabilizará a criação de um aplicativo que indique produtos e serviços, em formato similar ao Menor Preço. Doetzer deu um exemplo prático: “Se o produtor quiser comprar arame farpado, saberá quem vende, quais as características, quanto custa”. A ferramenta de busca trará economia.
No caso do Menor Preço, o consumidor tem atualização em tempo real das operações de compras nos estabelecimentos do estado. O usuário pode verificar os valores praticados em um raio de até 20 quilômetros, por meio do código de barras do item ou pelo nome do produto. Após selecionar a empresa desejada, o aplicativo indica a distância e mostra o mapa com o caminho mais curto.
Reflorestamento – O diretor técnico da Seab apontou outra vantagem do programa Agrodata, ora em fase de formatação: a identificação de áreas para o desenvolvimento de florestas. “Estamos propondo o ordenamento da atividade.”
A partir dos geodados será possível indicar os melhores espaços para o plantio e prospectar o rendimento para o produtor.
Doetzer adiantou que há empresas de madeira interessadas em se instalar no Noroeste do Paraná para investir em reflorestamento. “Isso pode gerar riqueza. Vamos fazer o cruzamento de oferta e demanda e garantir que os preços sejam justos para otimizar o setor.”
Pronunciamentos – Durante a reunião desta quarta-feira, o presidente da Amunpar, Otávio Henrique Grendene Bono (Vico), prefeito de Nova Londrina, exaltou a iniciativa da Seab e disse que novas tecnologias são importantes para incrementar o trabalho no campo, principalmente dos pequenos produtores da região.
Superintendente geral de Promoção do Equilíbrio Regional do Paraná, Rogério Lorenzetti lembrou o poder público tem a responsabilidade de criar mecanismos para fortalecer a agricultura. Nesse sentido, o programa Agrodata se mostra uma ferramenta viável e efetiva.