REINALDO SILVA
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Explorar as potencialidades regionais e promover o desenvolvimento de maneira integrada são estratégias fundamentais para aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) e melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios do Noroeste do Paraná. É preciso identificar as necessidades, apontar possibilidades e priorizar investimentos.
A avaliação é do secretário estadual de Planejamento e Projetos Estruturantes, Valdemar Bernardo Jorge, que esteve em Paranavaí ontem (24) e conversou com prefeitos de toda a região. Na ocasião, apresentou os resultados de quase um ano de discussões sobre características socioeconômicas de 37 municípios. Oficinas e debates culminaram em um plano de desenvolvimento que permitirá buscar investimentos para diferentes setores, por exemplo, turismo, infraestrutura e agricultura familiar.
Por que não pensar em uma rodovia beira-rio? E o que falar da importância das estradas rurais para o trânsito intermunicipal? São questões que precisam ser levadas em alta consideração quando o assunto é explorar os potenciais do Noroeste do Paraná. O objetivo, disse o secretário, é garantir o desenvolvimento em longo prazo.
Trata-se do programa Paraná Produtivo, lançado em maio de 2021, uma ação estruturada para gerar emprego e renda através de políticas públicas municipais e estaduais e a soma de forças com entidades de classe, empresas privadas, produtores rurais e toda a sociedade.
De acordo com Bernardo Jorge, as universidades também têm papel fundamental nesse processo, porque têm condições de promover pesquisas e projetos de extensão que envolvam a comunidade e os setores produtivos, o que ele chamou de ações orientadas para os negócios.
Turismo – Uma das potencialidades apontadas pelo secretário é o turismo: ambiental, de aventura, de negócios, religioso. Os rios que passam pela região proporcionam cenários naturais atrativos e que tornam o Noroeste do Paraná uma força importante do setor.
Recentemente, o presidente da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar), Julio Leite, prefeito de Terra Rica, disse que o grande desafio é garantir que o turismo regional seja fortalecido em prol do desenvolvimento econômico.
Regiões – Para tornar o Paraná Produtivo viável, a Secretaria de Estado de Planejamento e Projetos Estruturantes dividiu o território paranaense em oito macrorregiões, considerando municípios que ainda não tenham sido contemplados com planos de desenvolvimento.
A Região 3, no Noroeste do Paraná, soma 339.943 habitantes, número que representa 2,93% da população total do Estado. O PIB per capita é R$ 27,9 mil, muito abaixo da média paranaense de R$ 38,8 mil. Se a intenção é promover o desenvolvimento, todos os municípios precisam crescer de forma equivalente, argumenta o secretário estadual.
Estima-se que 75% do PIB se concentre nos grandes centros urbanos. O restante, 25%, está distribuído entre mais de 200 municípios paranaenses, que somam apenas um terço da população. A desproporcionalidade é causada pela falta de investimentos públicos e privados, indicativos econômicos baixos, menor acesso ao ensino superior e infraestrutura precária.
Investimentos – Segundo Bernardo Jorge, o Governo do Estado buscará recursos junto ao Banco Mundial para viabilizar o sistema de governança do Paraná Produtivo, com conselhos regionais e um grupo estadual que formulará propostas para novos investimentos, de acordo com as particularidades de cada região.