Lideranças paranavaienses e um grande número de convidados ligados à cultura e às artes se reuniram na noite da última terça-feira para o lançamento do livro “Nasci em 62”, uma coletânea de sonetos de Giuseppe Caonetto. O local escolhido não poderia ser mais apropriado: a biblioteca da Unespar – Universidade Estadual do Paraná – Câmpus Paranavaí.
O autor falou sobre a obra e também autografou livros, adquiridos no local pelos participantes do evento. As pessoas que fizeram uso da palavra destacaram a importância da produção literária, bem como do hábito da escrita e da leitura para formar cidadãos. Entre as lideranças estavam a diretora do câmpus, professora Maria Antonia Ramos Costa; o presidente da Fundação Cultural, Rafael Torrente; e a professora da Unespar, Luciana Leal.
Os livros do autor podem ser adquiridos no site da Doarte Edições (doarte.art.br) e no site da Livraria Doarte (doarteedicoes.com.br).
Veja a seguir uma breve entrevista com o autor:
Diário do Noroeste: Para além da escrita, qual o seu ofício “nas horas vagas” (risos)?
Giuseppe Caonetto: Após me afastar das atividades que exerci por quase 37 anos na Justiça do Trabalho, voltei-me inteiramente para literatura, o que inclui, além da composição poética, também a produção de textos de outros gêneros literários (contos, crônicas, micronarrativas) e de alguns ensaios, ainda em fase inicial. Paralelamente, busco desenvolver minha capacidade para a produção editorial, incluindo não apenas a edição de novas obras, mas também as atividades relacionadas a diagramação e confecção de capas de livros a serem editados pela Doarte Edições, editora que criei em 2023.
Diário do Noroeste: Qual a importância da leitura e da escrita para o desenvolvimento do país?
Giuseppe Caonetto: Antes de pensar na leitura e na escrita como fatores de desenvolvimento do país, creio que tais atividades são necessárias e imprescindíveis para o desenvolvimento pessoal. Penso que a cidadania somente pode ser exercida plenamente se cada pessoa estiver munida do conhecimento necessário para não apenas construir uma vida melhor para si e sua família, mas também saber eleger os valores que dão solidez às ações individuais e coletivas, bem como, identificar os entraves que a sociedade sofre, muitas vezes originadas nos ambientes institucionais nos quais deveriam ser resguardados os princípios basilares de uma nação, em especial o pleno exercício da liberdade.
Diário do Noroeste: Qual a sua fonte de inspiração?
Giuseppe Caonetto: É comum a indagação a quem escreve, em especial aos poetas, sobre a inspiração que os leva a compor seus versos. Parece-me ser também comum aos poetas a admissão de que seus sentimentos e suas experiências pessoais são fontes primárias de inspiração. No entanto, o que move um poeta a escrever, segundo minhas concepções, está além de seus sentimentos e suas próprias experiências, ainda que estes elementos não deixem de se conectar na atividade criativa, no momento da composição de um poema. Muitas vezes o poeta é movido pela própria palavra, sua essência, seu significado e quase sempre pelo espaço a ser preenchido em seu redor. Tendo em vista que a linguagem poética não tem compromissos com a realidade objetiva, a busca por novos sentidos por meio da palavra pode ser, em si mesma, a principal fonte de inspiração poética. Ganha o leitor que, diante de textos criativos e inspiradores, pode, na companhia do poeta e do escritor, experimentar novas formas de se relacionar com o mundo real.