O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Paranavaí (Sinserpar), Gabriel Luiz dos Santos, protocolou na manhã desta segunda-feira (27) ofício na Prefeitura pedindo respostas às reivindicações que foram apresentadas no início do ano e que até agora não houve nenhuma manifestação por parte da Administração Municipal. A relação dos pedidos foi elaborada em uma assembleia para tratar da pauta de reivindicações.
Considerando a aproximação do período de elaboração do orçamento do município para 2022, os servidores ainda pediram reajuste para recompor as perdas salariais que tiveram início em 2019.
Também nesta segunda-feira, o Sinserpar protocolou documento na Câmara Municipal pedindo apoio aos vereadores para suas reivindicações.
No ofício ao Executivo, o Sinserpar lembra que na pauta de reivindicações o principal pedido era sobre a questão salarial. Entretanto, o caso está sub judice. “Mas haviam outros pedidos como o vale alimentação e a redução da jornada de trabalho de alguns setores, só para citar dois exemplos, que até agora não nos foi dada nenhuma satisfação”, disse Santos.
O Sinserpar lembrou que há pedidos pendentes que urge uma solução. Uma delas, apontou, é a redução da carga horária de 44 horas para 40 horas semanais dos cargos de motoristas, operador de máquinas pesadas, ajudante geral, auxiliar de serviços gerais, agentes de conservação e atendentes de creche”.
O líder sindical justifica a urgência: “Muitos dos profissionais que exercem estas funções, especialmente os agentes de conservação, estão exaustos, a ponto de pedir exoneração, outros falam em redução de jornada com redução de salário, que já é pouco, por não suportar a carga horária de trabalho. Chega a ser desumano. Por isso solicitamos que, em regime de urgência, vossa excelência avalie esta situação com muito carinho”.
O vale-alimentação também entrou entre as urgências. “Outro tema que gostaríamos de sua especial atenção é a concessão do vale-alimentação para todos os servidores. Esta é uma das reivindicações mais antigas e mais insistentes da categoria. Além do mais, é uma ferramenta para mitigar os efeitos das perdas salariais que se acumulam ao longo dos anos e que se agravou nos últimos dois”.
Na sequência, foi apontado outras reivindicações gerais e lembrado das reivindicações por secretarias, observadas as características de cada uma. “Estamos confiantes em nossos pedidos. É evidente que nossa categoria vem sendo desvalorizada, sofrendo um grande revés nos últimos dois anos. Não é justo que continue este processo”.
No mesmo documento endereçado ao prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (Delegado KIQ) o Sinseprar apela para que no Orçamento para 2022 seja contemplado o reajuste de, “pelo menos”, 20% “para compensar perdas iniciadas em 2019”. A entidade aponta como responsável por estas perdas o aumento da alíquota de contribuição da Previdência de 11% para 14%; os 4,52% do IPCA referente ao ano de 2020; e os 8,5% de inflação prevista para este ano “e que já corrói o salário do servidor”.
Gabriel dos Santos enfatiza que “a situação dos servidores, especialmente os de menores salários, é dramática, e tem se agravado à medida que o custo de vida sobe, impulsionado pelo aumento dos combustíveis e do dólar que tem reflexo sobre toda a economia e afeta drasticamente o orçamento doméstico das famílias de menor poder aquisitivo”.
Diz ainda que reconhece que o município teve despesa extra com a pandemia da Covid-19, “mas é igualmente sabido que as receitas do município vêm crescendo e o índice gasto com o pessoal está bem abaixo do limite legal, permitindo a concessão do reajuste para a recuperação do poder de compra do salário do servidor”.
Apoio dos vereadores – A confiança de que o Executivo atenderá os pleitos da categoria está ligada ao apoio que o Sinserpar espera receber dos vereadores. Em ofício protocolado na manhã desta segunda-feira, Gabriel dos Santos cita que o salário da categoria está aniquilado por falta do repasse do IPCA do ano passado, o aumento da alíquota da Previdência e a escalada inflacionária deste ano.
“De forma clara e transparente: contrariando até a Constituição, o salário do servidor não está mantendo seu poder de compra e seu valor é incapaz de atender suas as necessidades básicas e de seus familiares, com moradia, alimentação, educação, lazer, vestuário, higiene, transporte e (pasmem!) Previdência Social. A mesma constituição garante reajustes periódicos para preservar o poder aquisitivo salarial”, escreveu ele.
Depois de expor o quadro, Santos pede que os vereadores “verifiquem atenciosamente ao projeto de Lei Orçamentária do Município para 2022 se está previsto o reajuste salarial que contemple a recomposição das perdas do período, sem o quê estaremos condenando centenas de trabalhadores à fome, que já ronda seus lares”.
(Assessoria Sinserpar)