REINALDO SILVA
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Novembro Azul é uma campanha que incentiva a população masculina a dedicar atenção à saúde, com foco na prevenção de doenças, principalmente o câncer de próstata. A rede pública dispõe de programas voltados para todas as idades, desde a aplicação das primeiras vacinas até o controle de doenças crônicas e o tratamento de infecções sexualmente transmissíveis.
Nesta quarta-feira (10), a partir das 14h, o médico da Família e Comunidade Rogerio Coelho Neto conduzirá um seminário virtual para tratar sobre um grupo específico de homens. O tema do evento será “Mês azul: masculinidades, conceitos atuais e impactos na população LGBTQI+”. A promoção é da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que busca alcançar profissionais da vigilância epidemiológica e da atenção primária, equipes que atuam nos municípios e jovens protagonistas de todo o Paraná.
A técnica da Vigilância Epidemiológica da 14ª Regional de Saúde, Maria da Penha Francisco, explica a necessidade da abordagem sobre os homens LGBTQI+. A avaliação é que muitas vezes as diferentes denominações de orientação sexual e identidade de gênero não são acolhidas de forma apropriada, o que leva os homens a se afastarem dos programas oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Precisamos inserir essa população nas políticas de saúde pública.”
Um passo importante nesse sentido é a Resolução 974/2021, assinada no dia 28 de outubro pelo secretário estadual de Saúde, Beto Preto, que dispõe sobre o uso do nome social e do reconhecimento da identidade de gênero de usuários transexuais e travestis em todas as unidades da Sesa, bem como prestadores de serviços de saúde vinculados ao SUS no âmbito estadual.
O documento estabelece que “as pessoas travestis e transexuais que queiram ser chamadas pelo nome social deverão manifestar essa vontade perante o órgão, entidade, instituição ou empresa”, sendo vedada “a exigência de testemunhas ou de quaisquer outros requisitos que não a autodeclaração”. Conforme a técnica de Vigilância Epidemiológica, a concretização dessas medidas dará à população LGBTQI+ a certeza de que também faz parte da rede de atenção à saúde.
Novembro Azul – Neste ano, a Sesa propôs como tema da campanha Novembro Azul: “Cuidar da saúde também é coisa de homem! Previna-se, cuide da sua família e procure a Unidade de Saúde mais próxima”. A ideia é fortalecer o acesso dos homens à Atenção Primária à Saúde (APS), mantendo a população masculina mais perto dos serviços, evidenciando a necessidade dos cuidados rotineiros e das consultas periódicas.
O movimento teve início na Austrália em 1999, quando um grupo de amigos decidiu que deixar o bigode crescer chamaria a atenção para a importância de cuidas da saúde masculina. Eles arrecadavam recursos e repassavam para instituições de caridade.
A ação ganhou notoriedade e se espalhou pelo mundo. Chegou ao Brasil em 2008, através do Instituto Lado a Lado pela Vida, em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia. Em 2009, a Portaria 1.944 instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem no âmbito do SUS, visando à redução da mortalidade da população masculina.
A campanha Novembro Azul é semelhante à Outubro Rosa, que aborda os cuidados com a saúde da mulher, com ênfase na prevenção e no tratamento de dois dos principais tipos de câncer, o de mama e o de colo do útero.
Serviço – Para participar do seminário virtual desta quarta-feira é necessário acessar o canal da Sesa no YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=t8PQn7pc1ZM). A interação do público com o palestrante será através de mensagens de texto na própria página de transmissão.