JOANA CUNHA
DA FOLHAPRESS
O levantamento da FecomercioSP sobre os preços no setor de turismo apontou, em março, uma alta mensal de 6,48% no aluguel de veículos, o que pode ser atribuído à dificuldade de renovação das frotas, segundo Mariana Aldrigui, presidente do conselho de turismo da entidade.
No acumulado de doze meses, o avanço chega a 18,35%.
“Tem mais demanda por carros, para empresas, turismo ou Uber, mas existem menos carros para renovar essa frota e alguns em manutenção. Então, naturalmente tem uma pressão, somado à questão inflacionária dos insumos”, afirma.
No geral, contando os outros itens do setor, houve deflação de 0,62%.
Aldrigui afirma que, com o arrefecimento da pandemia em 2021, as famílias começaram a planejar viagens para outubro, novembro e dezembro. Essa movimentação também fez os preços subirem.
Houve uma nova queda da demanda, e o setor tendeu a se contrair novamente, em um reequilíbrio natural do mercado, o que não deve ser preocupante para as empresas, segundo ela.
O mercado do turismo conseguiu arrecadar R$ 13,2 bilhões em fevereiro, de acordo com o levantamento, aumento de 17,8% se comparado ao mesmo período do ano passado.
“Apesar de existirem empresas que deixam de operar, ou mesmo outras empresas consumidoras de turismo que passam a gastar menos, tem a priorização maior dos gastos feitos pelas famílias. Então, tem mais viagens de lazer, que são pagas pelo orçamento doméstico, e a gente tende a parcelar e fazer opções econômicas, quando possíveis”, explica Aldrigui.
Para a professora, o Brasil vive um ano atípico, com crise financeira, eleições e Copa do Mundo deslocada para novembro e dezembro. O cenário otimista de agora, portanto, pode não se sustentar para o resto de 2022 e, a partir de junho, segundo ela, é possível ver uma queda nas arrecadações, que não deve ser drástica.
“É provável que até tenha mais gente viajando em 2022 do que o período equivalente em 2019 e 2020, mas o ticket médio está um pouco mais baixo.”