Madrugada e seu João já partia.
A garrafa d’água na garupa,
As mãos grossas segurando firme o guidão.
Os olhos miravam o céu em súplica:
“Nossa Senhora estou indo,
Me ajuda na labuta, que é pra móde eu trazer o pão”.
Os meninos, ainda tão pequenos, ficaram em casa.
Tinha só um bocado de comida na panela
Mas tanta alegria inocente, que no pai chega era doída:
“A bença, pai. Corre pra chuva não te moiá todinho”.
Nem sabiam que já chovia muito dentro de seu João
Que ia levando um bocado de lágrimas engolidas.