REINALDO SILVA
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O Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (Simp) emitiu uma nota se posicionando contra o projeto de lei do Governo do Estado que impõe novas taxas sobre a produção agrícola, inclusive a de mandioca, “cultivada especialmente no Noroeste do Paraná, sobretudo por pequenos, micro produtores e nos assentamentos”.
A proposta encaminhada à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) visa à criação do Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Estado (FDI-PR). A justificativa é a necessidade de ampliar os recursos para planejamento, estudos, execução, acompanhamento e avaliação de obras e serviços de infraestrutura logística em todo o território paranaense.
A nota encaminha à imprensa é assinada pelo presidente do Simp, João Eduardo Pasquini, e destaca que a cadeia produtiva da mandioca ainda sofre com os efeitos da pandemia da Covid-19 e com adversidades climáticas. Períodos de seca, vendavais, granizo e geada registrados nos últimos anos “impactaram fortemente a produção da raiz, com queda de produtividade e renda, além de oportunizar o aparecimento de pragas e doenças. O setor vive um momento de baixa oferta de matéria-prima”.
De acordo com o texto, a taxação da produção de mandioca será um grande golpe no setor, que pode se inviabilizar, provocando o fechamento de empresas e a dispensa de trabalhadores da indústria e do campo. A avaliação é que o valor para os cofres estaduais seria pequeno se comparado aos efeitos para o setor.
Diz a nota: “O Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (Simp) vem a público para manifestar total repúdio ao projeto de lei que pretende taxar a agropecuária paranaense e apela ao Governo do Estado para que referido projeto seja retirado do regime de urgência para uma ampla discussão e avaliar se vale a pena sacrificar o setor produtivo, que deveria ser estimulado”.
O texto segue com um apelo aos deputados estaduais: “Caso haja votação do projeto, que seja rejeitado”. Consta da nota que cálculos preliminares da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) indicam que o custo total dessa taxação ficaria entre R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões, “recurso que será retirado do agronegócio, que sofrerá enorme prejuízo”.
Em referência ao Noroeste do Estado, a nota de repúdio informa que “é a maior produtora de mandioca para fins industriais e nela está instalada a maior capacidade industrial de processamento da raiz, que vem atuando com grande ociosidade”. Também afirma que é a região é uma das mais pobres do Estado.
A Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam) também se manifestou sobre o projeto de lei. Em texto assinado pelo presidente Paulo Lopes, a entidade repudiou veementemente a iniciativa, “tomada sem qualquer discussão com o setor” e que vai onerar toda a cadeia produtiva de mandioca do Paraná. A nota “solicita aos responsáveis que promovam um amplo debate sobre o tema. O Brasil e o Paraná precisam estender à mão ao agronegócio e não jogar obstáculos à sua frente”.