REINALDO SILVA
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O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) subiu 33% desde janeiro deste ano. Até agora, a Petrobras aplicou sete reajustes, acompanhando as oscilações do mercado externo de petróleo e a cotação do dólar. Os efeitos da política econômica da estatal passam pelas distribuidoras, chegam às revendedoras e afetam os consumidores finais. Em Paranavaí, o botijão de gás de 13 quilos pode custar até R$ 114,90, conforme pesquisa divulgada pelo Procon no dia 30 de agosto.
Presidente do Sindicato das Empresas de Atacado e Varejo de Gás Liquefeito de Petróleo (Sinegás), Sandra Ruiz avalia que os impactos das constantes elevações são negativos para o setor. Muitos revendedores precisaram demitir funcionários para tentar reduzir os custos mensais e permanecer na atividade. Outros precisaram adaptar horários de funcionamento e formato de atendimento. Nos casos mais extremos, a solução foi fechar as portas do negócio definitivamente.
Sandra Ruiz destaca que os acréscimos não recaem somente sobre o gás de cozinha, mas também interfere em outros derivados de petróleo. Cita o exemplo da gasolina: em janeiro, o litro do combustível custava R$ 4,59 e hoje é vendido para o consumidor final a R$ 5,92, o que representa aumento de 29%. Também fala do preço dos pneus utilizados nos automóveis, com elevação de 25%. Esses e outros itens pesam nas finanças dos empresários, analisa a presidente.
Por questão de sobrevivência, é preciso “pensar o negócio como negócio”, diz. Já não é possível absorver tantos reajustes seguidos e, pelo menos por enquanto, não há perspectivas de estabilização dos preços ou redução. As probabilidades apontam para novas alterações no sentido ascendente. “Se a gente não precificar, enfrenta problemas financeiros”, reforça Sandra Ruiz.
Pesquisa do Procon – O levantamento feito pela equipe do Procon em empresas de Paranavaí mostrou a importância de pesquisar preços antes de fazer a compra. A diferença de valores praticados pelas revendedoras de gás liquefeito pode chegar a 23,44%, no caso do cilindro de 45 quilos, sendo o mais barato R$ 320 e o mais caro R$ 395. O botijão de 5 quilos custa de R$ 65 a R$ 80, variação de 23,08%.
Mais comumente usado nos ambientes domiciliares, o botijão de GLP de 13 quilos foi encontrado por R$ 91 até R$ 105 para a retirada no local da venda (15,38%). Se a opção for entrega em casa, o preço do produto vai de R$ 95 a R$ 114,90 (20,95%). O cilindro de 20 quilos é comercializado por R$ 155 e pode custar até R$ 190, diferença de 22,58%.