(44) 3421-4050 / (44) 99177-4050

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Mais notícias...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Compartilhe:

RODOVIA DA MORTE OU DO DESENVOLVIMENTO?

Sociedade faz apelo por duplicação da BR-376 entre Paranavaí e Nova Londrina

IGOR MATEUS LIMA / Da Redação

A Sociedade Civil Organizada do Paraná (Socipar) apresentou os números da recontagem do fluxo de veículos na BR-376, entre Paranavaí e Nova Londrina. O fluxo foi de 23.351 eixos entre os dias 10 e 16 de setembro de 2023, ou seja, resultado que demonstra um aumento de 98,3% em relação aos dados obtidos em 2019, quando foram computados 11.770 pela ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres.

A recontagem realizada pela empresa Perplan – Engenharia e Planejamento (credenciada ao Ministério dos Transportes) foi apresentada nesta sexta-feira (10) no auditório da Cooperativa de Crédito Sicredi Dexis em Maringá. Deputados estaduais do Paraná e do Mato Grosso do Sul estiveram presentes, além de lideranças regionais que fizeram apelo aos governos federal e estadual para recolocar o trecho nas obras de duplicação.

O resultado da nova pesquisa apresenta números próximos ao estudo realizado pela mesma empresa em fevereiro de 2023. Naquela ocasião foram computados 23.368 eixos (7.868 veículos), contudo, o resultado não foi considerado pela Empresa de Planejamento e Logística – EPL (empresa que realizou os estudos para a concessão das rodovias paranaenses), alegando que o mês de fevereiro teria mais fluxo por conta do período de Carnaval.

A pesquisa de agora rechaça por completo a tese criada pela EPL. Além disso, a Polícia Rodoviária Federal – PRF – esteve presente no evento e apresentou dados preocupantes relacionados a quantidade de acidentes e mortes no trecho.

ACIDENTES E MORTES

O superintende chefe regional da PRF, Pedro Faria, apresentou o levantamento de acidentes ocorridos na BR-376, do km 38 até o km 103 (de Paranavaí a Nova Londrina), entre a data de 1º de janeiro de 2022 e 31 de outubro de 2023.

Foram 109 acidentes que envolveram: 60 automóveis, 31 caminhões, 13 motocicletas, quatro pedestres/animais e um ônibus.

Desse total, 27 acidentes foram graves com 15 mortes registradas.  O superintendente ainda ressaltou que o número de mortes é maior, pois, nestes dados, a PRF contabilizou apenas as vítimas fatais no local do acidente, excluindo as que foram a óbito no hospital.

Por fim, outro dado da PRF mostra que a maioria dos acidentes graves aconteceram nos trevos de acesso a Guairaçá e Loanda.

“Sem Duplicação, Pedágio Não”

Essa frase faz parte da mais nova campanha promovida pela Socipar. O prefeito de Nova Londrina e presidente da Amunpar (Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense), Otávio Grendene Bono (Vico), declarou que a expectativa é que os governos federal e estadual se sensibilizem com o resultado e revertam a decisão de não contemplar a região.

“São números alarmantes. Existem regiões no Paraná que foram contempladas, mesmo com tráfego de veículos menor que a BR-376. Por quê? Essa é uma pergunta pertinente. Precisamos mudar esse cenário o quanto antes. A Região Noroeste não pode, em hipótese alguma, ser esquecida pelos governos”, declarou.

O presidente da Socipar, Demerval Silvestre, ressaltou que o estudo elaborado trás informações técnicas de uma empresa com credibilidade. Para ele, o resultado da pesquisa sustenta a obra que traria segurança para os condutores e desenvolvimento da região com o escoamento das safras para o Porto Seco de Maringá e Porto de Paranaguá.

“Queremos a duplicação, pois pagaremos essa conta”, diz Edilson Avelar

O advogado e membro da Socipar, Edilson Avelar, se emocionou ao discursar para a plateia. “Não aceitamos mais trafegar em pista simples e, ainda por cima, com cobrança de pedágio. Já fizemos isso durante 25 anos e pagamos 3 vezes mais do que deveríamos pagar. Esse é o clamor da sociedade e de todos os prefeitos, vereadores e lideranças do Paraná. O governo não precisa tirar dinheiro de outro setor para fazer a obra, pois somos nós que vamos pagar”, comentou.

“Da forma como está, serão 30 anos sem perspectiva de duplicação na BR-376. Isso é inadmissível”, declara deputado Romanelli

O deputado do Paraná Luiz Claudio Romanelli (PSD) disse ser um “grave erro de concepção” por parte da EPL de não incluir o trecho no projeto de duplicação. “Além deles não incluírem  a duplicação no projeto de concessão das rodovias do Paraná, também existe a ausência do projeto da ponte do Rio Paraná. Insistem naquele mesmo roteiro velho passando por Itaúna do Sul e Diamante do Norte, utilizando a ponte de serviço da hidrelétrica de Rosana, em São Paulo. E tem mais: querem colocar uma praça de pedágio em Guairaçá. Da forma como está no projeto, serão 30 anos sem perspectiva alguma de duplicação na região. É inadmissível. Não podemos aceitar. O lote 4 precisa ser contemplado e vamos lutar para isso”, enfatizou.

O projeto de concessão das rodovias do Paraná apresentado foi dividido em seis lotes. O trecho em questão faz parte do lote 4, como mencionado pelo deputado.

Estudantes

O professor Daniel Lima, do Grupo Unifatecie, demonstrou, por meio de um vídeo enviado aos participantes, dados relacionados aos estudantes que frequentam o ensino superior em Paranavaí. Isso contempla a Unifatecie, a Universidade Paranaense – UNIPAR, a Unespar e o Instituto Federal do Paraná – IFPR.

De acordo com os dados de julho de 2023:

1º – Unifatecie possui 3.079 alunos, sendo 1.149 de Paranavaí (37,32%) e 1.930 de fora, o que corresponde por 62,68%.

2º – Unespar possui 1.744 alunos, sendo 943 de Paranavaí (54,07%) e 801 de fora, o que corresponde 45,93%.

3º – Unipar possui 1.609 alunos, sendo 837 de Paranavaí (52,02%) e 772 de fora, o que corresponde por 47,98%.

4º – IFPR possui 1.235 alunos, sendo 820 de Paranavaí (66,40%) e 415 de fora, o que corresponde a 33,60%.

A preocupação, segundo o professor, é referente ao aumento do número de estudantes que não moram em Paranavaí, pois, consequentemente, pegam a rodovia no período das 17h às 19h (caminho de ida) e das 23h às 1h (caminho de volta).

 

Região em pleno desenvolvimento – Ao final da apresentação, Marcelo Liberati – diretor da empresa Euro Condomínios mostrou números que comprovam que a região do Noroeste é uma das que mais crescem no Paraná.

A locomotiva do desenvolvimento é puxada pelo turismo nas praias de água doce na região. Um exemplo usado foi o crescimento imobiliário na cidade de Porto Rico e no Porto São José – distrito de São Pedro do Paraná.

Existem mais de 1.500 residências de alto padrão em condomínios na região. Para os próximos anos serão mais de 2.800 novos empreendimentos. O crescimento projetado, de acordo com ele, é de mais de 3 mil empregos diretos e indiretos em obras residenciais e outros mil novos empregos para obras nos condomínios.

O crescimento médio anual de novas instalações elétricas é de 15%. “Esse último dado também revela a necessidade de uma nova subestação da Copel para atender a região”, disse.

Conclusões do estudo 

O Sistema Fiep utilizou o estudo realizado para definir as conclusões do projeto. Segundo o superintendente João Arthur Mohr as conclusões foram:

1 – A Praça de Guairaçá tem colume de veículos maior do que várias praças que serão duplicadas;

2 – A contagem de veículos realizada em fev/2022 e em novem/2023 indica duplicação do trecho;

3 – O crescimento exponencial do volume de veículos está aliado ao crescimento do:

– Agronegócio no Noroeste do Paraná e em especial no Mato Grosso do Sul;

– Turismo na região do Rio Paraná dispara picos de movimento aos finais de semana;

– Mudança no perfil de viagens pós-pandemia (turismo regional familiar).

4 – Ministério do Transporte deve incluir este trecho no 1º ciclo de obras como duplicação:

– Trecho de fácil execução da obra;

– Pequeno impacto na tarifa do lote 4 (estima-se menos que 3%).

5 – Possível futura ponte entre o PR e MS na região irá atrair maior movimento de cargas.

Compartilhe: