REINALDO SILVA
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A Sociedade Civil Organizada do Paraná (Socipar) solicitou ao Ministério da Infraestrutura a recontagem de veículos na BR-376, trecho de Paranavaí a Nova Londrina, com o objetivo de atualizar os números e comprovar a necessidade de duplicação da rodovia. Segundo o presidente da Socipar, Demerval Silvestre, o Governo Federal acenou positivamente e confirmou que contratará uma empresa especializada para medir o tráfego na região.
Silvestre explicou que os investimentos são justificados quando a média de fluxo diário fica acima de 13 mil eixos. Nesse caso, o Noroeste do Paraná seria contemplado com a duplicação da BR-376, posto que no final de fevereiro a Socipar contratou os serviços de recontagem de veículos e registrou mais de 23 mil eixos. Em 2019, eram em média 12 mil.
A expectativa é que as obras sejam incluídas no novo contrato de concessão das rodovias paranaenses. A princípio, a duplicação não estava prevista no cronograma de investimentos, mas, mesmo assim, uma nova praça de pedágio seria instalada em Guairaçá. A decisão desagradou os usuários da BR-376 e motivou a movimentação das lideranças.
No dia 27 de julho, paranaenses e sul-mato-grossenses participaram de uma audiência com o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio. Na ocasião, revelaram a preocupação com a falta de investimentos na rodovia e enfatizaram que a duplicação é fundamental para garantir a segurança dos motoristas que passam pela região para fazer o escoamento das produções agrícolas.
Durante a conversa com o ministro, as lideranças também falaram sobre a construção da ponte ligando os dois estados, sobre o Rio Paraná. Argumentaram que a passagem rodoviária reduziria em quase 150 quilômetros o trajeto para o transporte de grãos da Região Centro-Oeste do Brasil até o Porto de Paranaguá.
O primeiro passo para a construção da ponte é o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), possível graças a um convênio firmado entre o Governo do Paraná e a Itaipu. À hidrelétrica caberá o aporte de R$ 3 milhões e ao Estado, a execução das análises. O prazo para conclusão é de 18 a 24 meses após a assinatura do contrato.
Concessão rodoviária – A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informa que o edital com os termos da concessão das rodovias integradas do Paraná será lançado no quarto trimestre deste ano, seguido do leilão que definirá as empresas vencedoras. Os contratos deverão ser assinados no início de 2023.
No projeto, a malha rodoviária do Estado do Paraná a ser concedida foi dividida em seis lotes, com extensão superior a 3.000 quilômetros, contendo trechos federais e estaduais. Englobam a interligação do Porto de Paranaguá à Região Metropolitana de Curitiba, às regiões Norte e Oeste do Estado e à Ponte da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Ao longo dos 30 anos de concessão, estão previstas obras de duplicação, vias marginais, faixas adicionais, implantação de dispositivos de melhorias, recuperação do pavimento, manutenção e conservação da via. Também está prevista a prestação de serviços aos usuários e inovações tecnológicas.
No Setor Norte do Paraná, no lote quatro da concessão rodoviária, as praças de cobrança de pedágio indicadas no projeto ficam em Francisco Alves, Cianorte, Jussara, Guairaçá, Presidente Castelo Branco, Mandaguari, Arapongas, Jataizinho e Umuarama.