REINALDO SILVA
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A Sociedade Civil Organizada do Paraná (Socipar) tem pressa. Quer iniciar nos primeiros dias de agosto uma nova contagem de veículos na BR-376, no trecho entre Paranavaí e Nova Londrina, e assim atestar a necessidade de duplicar a rodovia até a divisa com o Mato Grosso do Sul.
A proposta inicial apresentada pelo Ministério dos Transportes contempla a construção de terceiras faixas em alguns pontos da pista, totalizando 30 quilômetros em cada sentido de tráfego. Conforme entendimento de lideranças da Região Noroeste, as obras não seriam suficientes para comportar o tráfego intenso na BR-376.
O presidente da Socipar, Demerval Silvestre, ponderou: “De Paranavaí a Nova Londrina são 71 quilômetros. Nossa sugestão é fazer a duplicação com o sistema New Jersey, com mureta no meio da rodovia, e transformar o acostamento em pista com área de escape. Resolve o problema com baixo custo”.
Na opinião de Silvestre, não faz sentido investir agora na construção de terceiras faixas e dentro de alguns anos iniciar obras de duplicação. “Todo esse trabalho é perdido. Tem que exercitar o raciocínio lógico”, alfinetou.
Qualquer que seja a decisão do Ministério dos Transportes, as melhorias na BR-376 constarão do novo contrato de concessão das rodovias federais do Paraná. O trecho a partir de Paranavaí até Nova Londrina deverá ser leiloado em 2024.
Contagem de veículos – Entre fevereiro e março de 2022, a Socipar contratou uma empresa especializada na contagem de veículos que registrou a passagem de 24 mil eixos. O número contrasta com o apresentado em 2019 pela Viapar, 10.700 eixos. À época a Viapar era a empresa responsável pelo lote rodoviário da Região Noroeste.
De acordo com o presidente da Socipar, o Ministério dos Transportes está se baseando no levantamento de 2019, considerado defasado.
Entre as justificativas para desconsiderar os números de 2022 está o período escolhido para a contagem de veículos, que contemplou os dias de festas de carnaval e a época de escoamento da safra de grãos do Mato Grosso do Sul.
Repetir a medição do tráfego em agosto comprovaria que o grande movimento de veículos na região não é sazonal, mas perene. “Não estamos no carnaval e não estamos em plena safra. O volume de veículos é grande, inclusive com acidentes ceifando várias vidas entre Paranavaí e Nova Londrina”, declarou Silvestre.
Reunião – O assunto foi discutido em um encontro de lideranças no início da semana em Maringá. Além da Socipar, participaram o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), José Carlos Barbieri, o diretor técnico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr, e o representante da empresa que fará a contagem de veículos Fernando Biscaia.