ADÃO RIBEIRO
Jovem político paranavaiense cumprindo o segundo mandato de deputado estadual, Tião Medeiros, 39 anos, parte em 2022 para o seu maior desafio eleitoral: a disputa de uma cadeira na Câmara dos Deputados Federais. O pré-candidato visitou a redação do Diário do Noroeste, falou dos seus projetos destacando uma marca: ser político de resultados, importando-se menos com questões ideológicas.
Eleito com 31.875 votos em 2014 para o primeiro mandato, Medeiros foi reeleito em 2018, saltando para 54.276 votantes. Agora, mesmo com uma posição teoricamente mais fácil para renovar o mandato, deixa a Assembleia após oito anos e está em plena pré-campanha, visitando municípios, buscando apoios e apresentando o seu trabalho parlamentar, o que é na sua avaliação, o principal quesito para pedir o voto visando mandato na Câmara a partir de 2023. “Tenho sementes plantadas, fizemos muita coisa e ainda há muita obra em execução”, resumiu.
Sobre apoios políticos, o parlamentar tem viajado por dezenas de municípios. Conta com apoio de 23 prefeitos da Região Noroeste e com base nas demais cidades. Por outro lado, amplia os contatos para além da Amunpar (Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense), chegando a 42 cidades. A meta é chegar a 115 municípios, diluindo riscos e oportunidades.
Grandes bandeiras – Ume vez eleito deputado federal, Medeiros avalia que para a microrregião é preciso investir em infraestrutura, desenvolver as cidades, o que vai exigir um volume maior de recursos.
No plano mais geral, avalia que é preciso rever o pacto federativo, carreando recursos para os estados e para as cidades. O caso paranaense é ainda mais delicado, avalia. Isso porque o Paraná está ente os estados que mais contribuem e, no entanto, é apenas o 23º em recursos federais.
Um dos caminhos é rever o critério de recolhimento do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da energia, por exemplo. Hoje o tributo é recolhido no local de consumo e não na geração. O Estado é sede da Itaipu Binacional e não tem as devidas contrapartidas, pondera. Ele defende melhor articulação da bancada estadual na Câmara e também no Senado.
O tema ganhou relevância para outros estados a partir da produção de energia solar, eólica e da usina de Belo Monte, no Pará. Por isso, defende, é possível rever os quesitos, com ganhos para o Paraná.
O agronegócio é outro tema que merece atenção do postulante. Ele cita a dependência de insumos de fertilizantes, expondo o setor a fatores externos. Pretende debater formas de reduzir tal carência. O mesmo vale para a linha de eletroeletrônicos.
O Brasil depende de componentes e isso trava a produção nacional. Recentemente tratores ficaram na fábrica por falta de pneus e veículos de passeio represados por falta de chicotes elétricos e outros componentes.
Na esfera da macrorregião, liderada por Maringá, Medeiros concorda que falou um olhar mais generoso das bancadas daquela cidade aos municípios do Noroeste para além da Metropolitana. Maringá tem grande representação nos cenários estadual e nacional.
Velha e nova política – Instigado, Tião Medeiros também falou sobre o que considera nova e velha política. Para ele, a nova política é centrada em novos hábitos, mudança de comportamento. Passa por compromissos e comunicação direta com o eleitor. Sem contar que a sua proposta é de entrega do que foi prometido e também de atendimento das demandas apresentadas pela população.
Por outro lado, cita que a velha política é baseada em conchavos e pensamento em vantagens pessoais, além de uma prática de dominar todo o entorno, isto é, centralizar poder. A situação acaba gerando um descrédito da população, diz. Por outro lado, conclui: “Para mim, política é servir, dedicação, amor”.
Sobre embates políticos, considera que o cenário ideal seria não ter concorrências em Paranavaí. No entanto, encara com naturalidade a pré-candidatura do vereador Roberto Cauneto Picoreli (Pó Royal), atualmente suspenso das atividades na câmara Municipal. “O venci em todos os pleitos que disputamos”, resume.
Por fim, Tião Medeiros pediu uma reflexão por parte dos eleitores na hora do voto. Lembrou que tem a sua história de oito anos de mandato com muitos resultados. Medeiros estava acompanhado do assessor parlamentar Fábio Ferreira de Souza (Fabinho). Entrevista concedida na tarde da última quinta-feira (26). O conteúdo na íntegra será publicado no site do DN.