Parte do projeto Vitrines Tecnológicas Orientadas para Agroecologia e Sustentabilidade, a atividade desta quarta-feira reuniu 70 agricultores da Região Noroeste
REINALDO SILVA
Da Redação
Setenta agricultores do Noroeste do Paraná se reuniram em Paranavaí nesta quarta-feira (27) para a tarde de campo promovida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR). Na ocasião, profissionais técnicos e pesquisadores falaram sobre a produção de mandioca de mesa, abordando especificamente a variedade IPR Upira.
O coordenador do Polo de Pesquisa e Inovação de Paranavaí, Mateus Carvalho Basílio de Azevedo, detalhou: “As pessoas vieram ver como é a produção, como seleciona o material de plantio, quais são as características de cozimento e quais são as principais pragas – mandarová e mosca branca. A tarde de campo é para fazer a difusão dessa tecnologia de produção em conversão orgânica e transferir o material selecionado para que ele [o produtor] possa multiplicar na propriedade”.

Foto: Ivan Fuquini
A atividade faz parte do projeto Vitorias – acrônimo para Vitrines Tecnológicas Orientadas para Agroecologia e Sustentabilidade. É o resultado de um convênio do IDR-PR com a Itaipu Binacional e a Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro).
De acordo com a pesquisadora e diretora de Pesquisa e Inovação do IDR-PR, Vânia Moda Cirino, o projeto Vitorias Noroeste foca a produção de mandioca e frutas. “Com relação às pesquisas com mandioca, temos várias frentes: melhoramento genético e desenvolvimento de variedades”, exemplificou.

Foto: Ivan Fuquini
Algumas variedades que levam a marca do IDR-PR já são utilizadas pela indústria de transformação, caso da B-36 e da Paraguainha, as mais plantadas. “Temos, agora, três novas, que ano que vem estarão em franca produção pelos produtores”, informou a diretora.
Complementou: “Mandioca de mesa, temos aqui a Upira e uma bastante antiga, com mais de 40 anos no mercado, que é Pioneira, aquela que você pode fritar sem cozinhar”.
Vânia Moda Cirino destacou que o IDR-PR atua não somente com pesquisas, mas também desenvolvimento, inovação, assistência técnica e extensão rural. No quesito pesquisas, são 130 projetos em andamento em todo o Paraná, ultrapassando 3.000 atividades em execução. Além de Paranavaí, há polos em Londrina, Ponta Grossa, Guarapuava, Santa Tereza do Oeste e Pato Branco.
O trabalho visa ao avanço do conhecimento científico e o desenvolvimento de produtos tecnológicos que são transferidos para os agricultores, a fim de que façam uso dessas novas tecnologias e, consequentemente, aumentem a rentabilidade de forma sustentável.
O gerente regional do IDR-PR em Paranavaí, José Jaime de Lima, acrescentou: “[As pesquisas] contribuem na questão de qualidade, resistência e rentabilidade”. Para isso, a equipe do IDR-PR leva em contra os processos anteriores ao plantio, como a preparação do solo; o manejo, como o controle de pragas, doenças e plantas daninhas.

Foto: Ivan Fuquini
“Depois, dentro da nossa estrutura, temos um grupo de técnicos que trabalha a questão da agregação de valor, as boas práticas de produção, as informações que vão no rótulo, o acondicionamento e a temperatura”, disse o gerente regional do IDR-PR.
Tudo isso garantirá ao produtor mais produtividades, mais renda e melhor qualidade para oferecer ao mercado ou ao cliente que atende.
Sobre a variedade Upira, Lima informou que se adapta bem às condições da Região Noroeste, que tem solo arenoso e calor intenso. O arranquio é fácil, a produtividade é alta, a polpa é amarela e o cozimento é rápido. “Dentre as variedades que a gente tem no mercado, é uma que acaba se destacando. Esse material agrada mais o cliente e favorece a comercialização.”
Não é novidade e já é cultivada em propriedades paranaenses, mas não em todas. Quem participou da tarde de campo pôde levar ramas para multiplicar a Upira.