Mr. Green, o robô de R$ 400 mil, foi testado no parque como símbolo de inovação e educação digital; segundo Rafael Wisch, ele representa o futuro acessível para todos
Cibele Chacon
Da redação
Quem esteve no Parque do Ingá, em Maringá, no último fim de semana, provavelmente se deparou com uma cena inusitada: um robô humanóide andando tranquilamente pelo parque. A aparição inesperada chamou a atenção de frequentadores e viralizou nas redes sociais, despertando a curiosidade de internautas e da imprensa local.
O protagonista da cena é Mr. Green – O Chefe Futurista da Green, um robô humanóide de última geração que pertence ao empresário Rafael Wisch, especialista em tecnologia e criador da plataforma de pagamentos Greenn. Segundo ele, o robô foi importado da China, e o investimento total, incluindo taxas e impostos, chegou a R$ 400 mil.
“Essa foi a primeira aparição do Mr. Green. O objetivo era fazer um teste real de como ele se comportaria em meio a aglomerações, obstáculos e interações espontâneas”, explica Rafael. Apesar de um pequeno incidente durante o passeio — o robô bateu o peito em um poste após perder conexão momentaneamente —, o empresário considerou o teste bem-sucedido. “Foi só um ‘trombô’. Agora ele vai passar por um ‘médico funileiro’, mas está tudo bem”, brinca.
Uma missão simbólica
Mr. Green não é apenas um robô, ele representa a visão de futuro da empresa Greenn e também do Instituto Futuro, projeto social que já formou dezenas de jovens em áreas da tecnologia. Na prática, ele atua como Chief Future Officer, um cargo simbólico que reforça o compromisso da empresa com inovação e educação.
“O robô representa a tecnologia como algo acessível, positivo, e não como um monstro distante. Ele está aqui para educar, inspirar e mostrar que inovação é para todos”, afirma Wisch.
Além de Mr. Green, o empresário também é dono do Greenaldinho, um cão-robô da mesma fabricante, a renomada Unitree, uma das líderes globais em robótica. Ambos devem voltar ao Parque do Ingá em 27 de julho, em mais uma ação de interação com o público.
De vendedor de sorvete a multiempresário da tecnologia

Wisch conta que sua trajetória começou de forma simples, como vendedor de sorvete, até que um amigo o inspirou a mergulhar no universo da tecnologia. “Comecei com matemática, depois fui para análise de sistemas e nunca mais parei. Hoje já são 17 anos nesse setor”, relata.
Segundo ele, empreender com tecnologia no Brasil ainda é desafiador. “Os impostos são altos, o incentivo do governo é quase inexistente e o ecossistema ainda está engatinhando. Mas há esperança de que isso mude com políticas mais modernas e voltadas para inovação.”
Ainda assim, sua empresa já impacta milhares de pessoas com soluções que facilitam pagamentos online, especialmente voltados ao setor da educação. “A Greenn ajuda criadores de conteúdo, mentores e educadores a venderem seus cursos pela internet. E o Mr. Green vem justamente para simbolizar esse elo entre tecnologia e educação”, explica.
Mais que entretenimento, uma mensagem
Para Wisch, o sucesso espontâneo do passeio no parque mostra o quanto a sociedade está sedenta por contato com a inovação e que o medo da tecnologia precisa ser superado.
“É hora de deixarmos de temer a tecnologia e passarmos a vê-la como uma aliada. O Mr. Green não está aqui só para entreter. Ele está aqui para ensinar, despertar o interesse das novas gerações e ajudar a moldar um futuro mais conectado e preparado para os desafios do mundo digital.”
Com novos passeios previstos e a curiosidade do público cada vez maior, Mr. Green já se firmou como uma das presenças mais curiosas e comentadas de Maringá — e, possivelmente, do Brasil.