Paulo Monçores
Segundo a ONU, o Brasil ocupa a 10º posição no ranking global de países que mais desperdiçam alimentos. Cada brasileiro, anualmente, descarta em média 60 quilos de alimentos ainda em condições de consumo.
Em resposta a este problema crônico, algumas startups vêm usando tecnologia para transformar subprodutos, sobras e ingredientes não convencionais em novos produtos ou refeições. Essas empresas atuam no mercado oferecendo soluções inovadoras em diversas etapas da cadeia de produção, distribuição e consumo. Ou seja, ao invés de descartar os alimentos, elas valorizam e utilizam de forma criativa, minimizando o desperdício e aumentando seu aproveitamento.
A Diferente, principal foodtech de alimentos orgânicos do Brasil, é uma das companhias que está atuando diretamente no combate ao desperdício de alimentos. Fundada em 2022, a empresa investe no modelo farm to table, em que compra diretamente de pequenos produtores itens extremamente frescos, colhidos entre 2 e 3 dias antes da entrega, e os revendem aos consumidores com preços até 40% mais baratos do que a concorrência – tanto de mercados tradicionais quanto os online.
Com o cliente podendo escolher se deseja receber semanalmente ou quinzenalmente, cada cesta pode conter de 20 a 50% dos itens “fora do padrão comercial” – por exemplo, um tomate um pouco menor ou uma cenoura com duas “pernas”- e o restante “dentro do padrão”.
“Hoje somos um aliado fundamental da economia circular, uma vez que buscamos otimizar o uso dos recursos naturais para promover o desenvolvimento sustentável, além de promover práticas mais sustentáveis e conscientes em toda a indústria alimentícia”, afirma Paulo Monçores, CTO e cofundador da Diferente.
Para ajudar os consumidores na hora de cozinhar, a foodtech recentemente também criou a PitaIA, a inteligência artificial capaz de sugerir ao usuário receitas em tempo real de cada alimento recebido na cesta, além de indicar iguarias com três ou mais itens combinados. “A ideia é que as receitas ajudem os consumidores a utilizarem os itens e assim também evitar o desperdício na ponta final”, argumenta.
Além dos clientes, a PitaIA auxilia a aperfeiçoar o alinhamento da demanda do mercado com o que será produzido pelos agricultores, fator que resulta num menor desperdício e no barateamento desses alimentos.
Paulo Monçores é líder de engenharia focado em resultados e com mais de quinze anos de experiência em desenvolvimento de software, gerenciamento de projetos e liderança, Paulo coleciona passagens por grandes companhias como Shopify e Wayfair