DIEGO IWATA LIMA
DA UOL/FOLHAPRESS
Parece notícia repetida, mas não é: o Palmeiras ainda não tem pressa para contratação de um camisa 9 de peso. A questão é financeira, mas não devido à falta de recursos. O clube entende que os valores de mercado no momento estão fora da realidade. E não pretende fazer um gasto exorbitante apenas para dar satisfação à torcida, correndo o risco de contratar um novo Borja.
Mas isso não quer dizer que o time paulista não trabalhe com uma data-limite. Até o dia 2 de abril, o Palmeiras precisa definir quem serão os seus 50 inscritos na fase de grupos da Libertadores. Portanto, em no máximo 40 dias, o clube precisa estar de contrato assinado com seu novo centroavante, se o quiser na competição continental na qual tentará o terceiro título seguido.
A citação ao colombiano Borja, agora definitivamente jogador do Junior Barranquilla (COL), diz respeito ao valor pago pelo Palmeiras para trazê-lo a São Paulo no fim de 2016. Em meio a uma temerária queda de braço com um grupo chinês, o Palmeiras gastou cerca de R$ 70 milhões para vesti-lo de verde. O jogador acabou, no entanto, rendendo pouco em campo, sem justificar tamanha exorbitância.
O Palmeiras entende que há uma clara inflação nos valores atualmente pedidos pelos jogadores, o que se torna ainda pior à luz de cotações muito desfavoráveis do real perante o euro e o dólar.
Para efeito de comparação, a última cotação do dólar em 2016, ano em que Borja chegou ao Palmeiras, foi R$ 3,26. Na segunda-feira (21), a moeda dos EUA estava sendo vendida por R$ 5,11. Um passo em falso hoje custaria ainda mais caro do que valeu Borja, de quem o Palmeiras se livrou apenas no início deste ano, após vender 50% de seus direitos ao Junior por US$ 3,5 milhões (R$ 17,9 milhões).
Jogo – Para disputar o Campeonato Paulista e a Recopa Sul-Americana, competição pela qual visitará o Athletico-PR às 21h30 (de Brasília) desta quarta-feira (23), no jogo de ida das finais, o Palmeiras entende que o elenco como está agora é suficiente, com Rafael Navarro e Deyverson como opções de ofício para o setor.
O herói do tricampeonato da Libertadores, aliás, nem deve ficar para as outras competições da temporada. Ele tem contrato válido apenas até junho deste ano, e o Palmeiras não tem a intenção de renová-lo.
Enquanto isso, Abel Ferreira vai se virando como pode. Depois de um longo tempo usando Rony na função, o técnico testou Raphael Veiga como centroavante na vitória por 1 a 0 sobre o Santo André no sábado (19), pelo Paulista -o meia anotou o único gol do jogo, de pênalti.
Na Recopa, Rony e Veiga serão titulares. Zé Rafael, recuperado de um edema na coxa esquerda, também estará em campo. Já Gustavo Gómez, com Covid-19, e Gustavo Scarpa, vetado pelo departamento médico, vão desfalcar o time de Abel.
Ainda sem um centroavante incontestável no elenco, o português tem os seguintes nomes em sua provável escalação: Weverton; Marcos Rocha, Kuscevic, Murilo e Piquerez; Danilo, Jailson, Zé Rafael e Raphael Veiga; Dudu e Rony.