Aleksa Marques / Da Redação
Tudo começou quando a empresária Lorraine Painsso entrou para a Guarda Mirim de Paranavaí. Na instituição ela desenvolveu as habilidades que aprendeu com sua avó e também com sua mãe: o bordado. Anos depois, ela utilizaria o dom que tinha em mãos para florir o caminho e transbordar na vida de inúmeras pessoas com suas coleções de alpargatas e sandálias com bordados feitos à mão.
Beth Elói é a coordenadora da Guarda Mirim de Paranavaí e fez parte do processo. Ela está na instituição há mais de 25 anos e diz que é muito gratificante formar jovens para o mercado de trabalho há tanto tempo. “O salto da Lorraine é mérito dela, mas tenho certeza que a organização foi de grande valia para ela e para tantos outros jovens. Hoje atendemos 163 alunos no programa de aprendizagem e temos 170 adolescentes de ambos os sexos que estão sendo preparados para as novas vagas”, explicou.
Além do programa de Jovem Aprendiz, Beth explica que a Guarda Mirim oferece outras oficinas totalmente gratuitas no contraturno escolar como informática, esporte e lazer e grupos com psicóloga e uma assistente social, além de visitas e reuniões mensais com funcionários, diretores e famílias. “O que nós fazemos aqui é investir no jovem. E hoje temos 79 empresas parceiras que fazem a seleção desses alunos. É um orgulho para nós”
O atual presidente José Rigoni Filho, voluntário há quase 20 anos, destaca a importância de uma instituição que acolha e prepare os jovens para sua primeira oportunidade de emprego. Para ele, a Guarda Mirim desenvolve um trabalho bastante relevante para a comunidade. “Recebe adolescentes entre 14 e 23 anos e prepara para o mercado de trabalho no contraturno escolar. Instrui o aluno para que vá como aprendiz na empresa para desenvolver suas aptidões e responsabilidades.”
Lorraine concorda. “A Guarda Mirim foi muito importante para o meu processo, foi onde eu descobri, aprimorei ainda mais o meu dom e consegui transbordar. E quando comecei a investir em mim, a usar o conhecimento que eu já tinha para ajudar as outras pessoas, procurei também a Sala do Empreendedor do Sebrae para descobrir como abrir a minha própria empresa.”
Marcos Silvestre é consultor do Sebrae e viu o número de pessoas que queriam abrir o próprio negócio aumentar durante a pandemia. Para ele, uma tendência que não vai parar de crescer. “Aqui, a pessoa encontra todo o suporte necessário para abrir sua empresa desde o início. Nossos consultores orientam da melhor forma possível para que ela entenda o seu próprio negócio e as maneiras de como deve fazer”, explicou.
Além dos ensinamentos, outro aspecto que não pode faltar para Marcos é a coragem. Às vezes o que falta é aquele empurrão e mais: direcionamento. Outra dica do consultor é afunilar as possibilidades e nichar sua empresa: quanto mais específico, melhor. “E vale de tudo para empreender. Se você faz um bolo delicioso, faça e venda. Se você faz uma coxinha gostosa, ganhe dinheiro com isso. Não importa o que, só depende de como.”
Para Lorraine Painsso, talvez o detalhe mais importante para que tudo dê certo é, sobretudo, o amor. “Cada ponto que eu dou no tecido eu penso na pessoa que comprou. Tudo para que ela seja muito feliz e transmita amor e alegria por onde passar. Temos que ser luz na vida das pessoas e foi dessa forma que eu consegui transbordar meu dom e fazer dele um negócio”, encerrou.