*Doutor Sérgio Luiz Carlos dos Santos (PhD)
A atleta Bia Haddad enfrentou nesta terça-feira a tenista tunisiana Ons Jabeur, sétima do mundo e venceu por 2×1 em partida dificílima com tie break, culminando com um terceiro set vencido. Perdeu o primeiro set, 3×6; venceu o segundo 77 x 7 5 e o terceiro set com um estrondoso 6×1. Com isso ela vai faturar um grande prêmio em dinheiro de R$ 3,5 milhões. Termos uma tenista brasileira na semifinal de um Grand Slam, e no charmoso Roland Garros, não acontecia desde 1968, quando a libriana Maria Ester Bueno brilhava nas quadras europeias e em Roland Garros.
Nosso tênis teve sua maior expressão com o Guga Kuerten, tricampeão de Roland Garros e foi o Top 1 do ranking durante 43 semanas. Isso poderia ter alavancado o desenvolvimento do tênis brasileiro e nos colocado entre os melhores do mundo, pois em um país com 214,3 milhões de habitantes não é possível termos somente um Guga Kuerten e duas mulheres entre as melhores do mundo.
Se compararmos com a Espanha, com tem 47 milhões de habitantes e com 9 espanhóis no top 100 do mundo, enquanto o Brasil tem só 1 tenista entre os 100 melhores, veremos a grande desproporção neste e em outros esportes brasileiros atestando os milhares de jovens brasileiros que acreditam realizar seus sonhos somente no futebol.
Qual a solução para este problema?
É bastante simples falar de esporte, e esporte de inclusão mais fácil ainda, uma vez que tenho pós-doutorado em Ciências do Esporte. A solução encontra-se no esporte nas escolas, seguindo o modelo anglo-saxão de desenvolvimento esportivo. Com um custo praticamente zero, o esporte fazer parte do cotidiano nas escolas, seria uma solução plausível de inclusão social, além de fomentar oportunidades para os nossos jovens poder encontrar distintos caminhos de vida, através do esporte, considerado pela UNESCO como o maior fenômeno educativo do século.
Basta valorizar os professores e técnicos e usar os equipamentos públicos já existentes e construídos com dinheiro público para dar esperança de dias melhores para a nossa juventude, afinal podemos ser o país do tênis, do vôlei, do atletismo, do judô, e não só do complicado futebol.