Na face cálida da noite
Encontrei teu olhar.
Em um desvario de sensações
De um penhasco
Lancei-me ao mar.
Liberdade!
Entre queda e ascensão
O mar, as ondas…
Refletem em teu olhar.
Ah! como queria
Enlaçar teu corpo junto ao meu
E nesse abraço
Viajar pelo espaço.
Bailando ao luar
Com ondas a arrefecer
Aqui e ali
Intensas, diáfanas…
Prateado pela lua,
Teu olhar
Inebria e aquece
Todo o meu ser.
Mas, introspecto,
Teu olhar ainda paira,
Calado, sereno.
Onde perdeu a alegria?
Na noite fria? ou na quentura da tarde.
Ah! já não respondes,
Apenas me fitas,
Com olhos cálidos,
Pálidos, gélidos.
Da calmaria ao desespero,
Dois segundos se passam…
Ah! Como espero
Um sopro de sorriso,
Um lapso de lembrança,
Mas não há…
A noite cai,
Fechando para sempre teu olhar.
Amargurando a paisagem,
Outrora tão colorida, intensa
Pela vida que havia em teu olhar.
