REINALDO SILVA
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O preço da raiz de mandioca voltou a subir e chegou ao maior patamar de 2022. Ontem, a tonelada atingiu o valor máximo de R$ 812, conforme levantamento do Núcleo Regional da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
As constantes altas são o reflexo da estiagem severa que afetou as produções agrícolas e pecuárias do Paraná desde meados de 2019. Sem o volume adequado de chuva, a raiz de mandioca perdeu o teor de amido, o que pressionou os produtores a segurarem a colheita. A oferta caiu e os preços subiram.
A cotação diária da Seab nos municípios da Região Noroeste mostra a evolução dos valores máximos: R$ 696 no dia 31 de janeiro, R$ 707 no dia 14 de fevereiro, R$ 754 no dia 10 de março e R$ 783 no dia 17 de março.
“A indústria também é prejudicada. Sem amido, a produção é baixa e tem que repassar os custos para os consumidores”, avalia o presidente do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (Simp) e vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), João Eduardo Pasquini.
Poucas indústrias trabalham com a capacidade total de produção. A maioria tem 80%, 70% ou 60% das máquinas funcionando.
Com a volta das chuvas sobre o Paraná, existe a possibilidade de mudanças no cenário a partir de abril, com a recuperação das lavouras e maior oferta da raiz no mercado, o que impulsionaria as indústrias a retomarem a ampla produção de derivados da mandioca.
No entanto, apesar das perspectivas de redução de preços, os patamares deverão permanecer acima de períodos anteriores. Pasquini lembrou que os insumos estão mais caros, com interferência direta nos valores praticados pelos produtores e, consequentemente, pela indústria. Esse comportamento também é percebido em outras cadeias produtivas, por exemplo, milho e trigo.