Cibele Chacon – da redação
Um estudo recente da Unespar Paranavaí, liderado pelo professor José Carlos Bertacchi, revelou que no primeiro trimestre de 2024, um trabalhador em Paranavaí precisa trabalhar em média 104 horas por mês para adquirir uma cesta básica de alimentos. Em uma jornada diária de 8 horas de trabalho, equivaleria a 13 dias trabalhados.
A cesta de alimentos é composta por 13 itens essenciais, suficientes para garantir o sustento de uma família composta por dois adultos e duas crianças que, por hipótese, consomem como um adulto. A tabela de provisões mínimas estipuladas levam em conta: 6,6kg de carne, 7,5l de leite, 4,5 kg de feijão, 3kg de arroz, 1,5kg de farinha, 6kg de batata, 9kg de legumes, 6kg de pão francês, 600gr de café em pó, 5kg de frutas, 3kg de açúcar, 1,5 de óleo e 750gr de manteiga.
Comparado ao ano de 2023, quando eram necessárias 105 horas de trabalho mensal para o mesmo fim, houve uma pequena redução no tempo necessário para adquirir a cesta básica. Este decréscimo pode ser atribuído a diversos fatores econômicos e de mercado que influenciam diretamente os preços dos alimentos na região.
O estudo considerou os valores do salário mínimo desde janeiro de 2022 até abril de 2024, com os seguintes valores: de janeiro a dezembro de 2022 (R$1.212,00), de janeiro a abril de 2023 (R$1.302,00), de maio a dezembro de 2023 (R$1.320,00) e de janeiro a abril de 2024 (R$1.412,00).
Segundo o professor Bertacchi, hoje a cesta básica de Paranavaí custa aproximadamente R$672, o que representa 47,6% do salário mínimo. Para ele, os principais fatores que influenciam o custo da cesta básica em Paranavaí incluem a variação dos preços dos alimentos, a oferta e demanda local, custos de transporte e logística, e a sazonalidade dos produtos agrícolas. Além disso, desafios específicos da região, como a disponibilidade local de alimentos, infraestrutura de transporte, e custos de produção e distribuição, também têm um impacto significativo.
Os resultados do estudo destacam o impacto direto do custo da cesta básica no dia a dia do trabalhador, refletindo na sua capacidade de compra, no planejamento financeiro familiar e na qualidade de vida. Com base nestes dados, é possível desenvolver estratégias para melhorar a situação econômica dos trabalhadores em Paranavaí, como políticas de incentivo à produção local, melhorias na infraestrutura de transporte e medidas para estabilizar os preços dos alimentos.
“Este levantamento permite acompanhar a evolução do poder aquisitivo dos salários dos trabalhadores e comparar o preço da alimentação básica, determinada por lei, com o salário mínimo vigente”, explica o professor.