Aleksa Marques / Da Redação
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Paranavaí foi criada em 1975 e conta atualmente com 323 alunos e 87 funcionários nas mais diferentes áreas e especialidades. Todos com o mesmo objetivo: desenvolver as habilidades e capacidades das pessoas com algum tipo de deficiência intelectual e mostrar que ser diferente é normal. Fernanda Dias é assistente social da Apae e fala do trabalho desenvolvido pela instituição.
Ela explica que para ser aluno da Apae, a pessoa precisa ter algum tipo de deficiência intelectual comprovada. E quanto mais cedo a família identificar e colocar na instituição, mais ela vai se desenvolver.
“Os pais precisam conhecer a Apae. A sociedade precisa parar com aquela ideia antiga que aqui só tem louco e retardado. Fazemos um trabalho escolar totalmente voltado às necessidades específicas do aluno desde a estimulação precoce com os bebês. É uma escola especial pelo incrível trabalho realizado”, explica Fernanda.
A Associação conta com atividades dentro e fora da sala de aula, fanfarra, natação, educação física, fisioterapia, psicologia, parquinhos, fonoaudiologia, equoterapia, artesanato, além do conteúdo programático. Tudo desenvolvido por profissionais extremamente capacitados e especializados.
Fernanda explica também que sempre fazem visitas programadas com parentes até dos próprios colaboradores para todos conhecerem o trabalho da Apae. “Muitas vezes os pais chegam para avaliação dos filhos e não querem conhecer a escola por medo de deixar a criança ‘numa escola dessas’. A Apae é uma escola como qualquer outra, mas é diferente pelas atividades que oferece, por tratar cada aluno da forma que deve ser, no tempo de cada um e com a parte acadêmica totalmente individualizada”, explica.
Um exemplo básico é quando a criança necessita de atendimento especial como fonoaudiólogo e estuda em escola regular. A solicitação do especialista é feita via município e pode levar meses para ser atendida devido ao número de crianças na fila de espera. “A perda no desenvolvimento pode ser enorme ou até mesmo irreversível. Aqui nós oferecemos a todos e no tempo certo”, lembra a assistente social.
Direção – Rosana Navarro é diretora e a responsável técnica pela Apae e fala da responsabilidade de coordenar uma escola de grande porte como essa. “É uma junção de esforços do município, do estado, dos nossos colaboradores, da comunidade que nos ajuda. Tudo para que o nosso trabalho seja bom.”
Ela fala que o maior desafio é realmente a aceitação por parte das famílias e da própria comunidade que não entendem que as pessoas precisam de locais que as comportem e que sirvam para desenvolver aquilo que elas precisam. “Isso também é acessibilidade. Alguns alunos têm dificuldades em áreas que o outro não tem. Por isso precisamos de um currículo escolar adaptado para suprir a necessidade de cada um. Nós não competimos com a criança, nós vamos ao encontro dela”, completou.
O pré-conceito é uma barreira muito grande na hora de entender que seu filho necessita de atendimento diferenciado. Ser aluno da Apae é um privilégio de poucos. Tanto quem estuda quanto quem tem uma criança especial na família, precisa entender e conhecer seus deveres e direitos. Saber que tem alguém com uma dificuldade maior que a sua, também te torna mais humilde. “Isso tudo vai proporcionar uma vida bem melhor para todos”, encerra Fernanda.
É uma escola com o número de alunos reduzidos, que lida com a temporalidade de cada um, espera o tempo do aluno e está disposta a conversar com os pais para que eles entendam tudo isso. “Queremos mostrar a Apae para os pais para que eles vejam a quantidade de coisas boas que oferecemos aqui. Estamos preparados para atender essa criança, pois a Apae é única”, finaliza.
A equipe do Diário do Noroeste foi conhecer de perto a estrutura e os trabalhos desenvolvidos na instituição e você pode conferir no vídeo.
Muito bacana a reportagem, é importante enfatizar o grande trabalho exercido por essa instituição.