*Mara Machado
O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou, entre janeiro e agosto deste ano, 6.982 amputações de membros inferiores (pernas e pés) causadas por diabetes, o que equivale à média de mais de 28 ocorrências por dia.
Os casos vêm crescendo ano a ano, conforme mostram os dados do Ministério da Saúde. O número de amputações em 2022 (10.168) foi 3,9% superior ao total de 2021 (9.781), o que representou média de 27,85 cirurgias por dia, no ano passado, em unidades públicas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a doença já figura como a principal causa de amputação não traumática em membros inferiores no país. As amputações traumáticas são as que ocorrem, por exemplo, em acidentes de trânsito ou de trabalho.
Investir no acesso aos serviços de saúde não produzirá necessariamente melhores resultados de saúde, se não investir também na qualidade dos cuidados prestados. Com os dados acima, podemos afirmar que os atendimentos para promoção e prevenção da diabetes não estão sendo prestados com qualidade.
O Brasil precisa estudar e ampliar soluções eficazes, informadas pela linha de frente, para resolver problemas nos sistemas de saúde locais. É preciso implementar uma infraestrutura para entender as causas destes maus resultados e melhorar a qualidade, equilibrando a lacuna entre conhecimento e ação.
Estabelecer uma cultura de qualidade no sistema de saúde é fundamental à forma como os serviços são concebidos, implementados e avaliados.
Isso significa compreender a necessidade do redesenho do sistema para melhorar a qualidade otimizando a sua eficácia.
Instituir intervenções de melhoria da qualidade, em alinhamento com estratégias e planos de qualidade definidos em nível nacional, pode facilitar as mudanças organizacionais necessárias para melhorar.