REINALDO SILVA
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A média de ocupação dos hotéis de Paranavaí de segunda a sexta-feira é de 93%. Significa que a cidade recebe grande número de visitantes diariamente, na maioria das vezes, pessoas que vêm para a Região Noroeste a negócios, um importante aspecto do turismo. A avaliação foi apresentada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Emanuel Rodrigues, durante a posse do Conselho Municipal de Turismo (CMT), na manhã de sexta-feira (4).
Paranavaí tem potencial para explorar diferentes segmentos turísticos, por exemplo, passeios ecológicos, trilhas esportivas, caminhadas religiosas e lazer. Tendo a Santa Casa como referência, a cidade também recebe pacientes de toda a região, fator que contribui para movimentar o setor de serviços. Além disso, a presença de instituições de ensino superior torna o município polo educacional.
O novo presidente do CMT, Carlos Augusto Bezerra da Costa (Guto Costa), destacou que o segmento econômico é um dos principais geradores de desenvolvimento. “O turismo traz dinheiro de fora para nossa cidade.” Ele concordou com o secretário municipal e disse que a realização de eventos de negócios é um fator de atração de recursos. Citou a Feira Internacional da Mandioca (Fiman), no Parque de Exposições Presidente Arthur da Costa e Silva, que trouxe visitantes de diferentes partes do mundo a Paranavaí.
Guto Costa propôs um desafio para os novos conselheiros, o poder público e os empresários: concluir o inventário turístico que apontará o perfil de Paranavaí. Será possível identificar o número de restaurantes e hotéis, conhecer as demandas e aprimorar. O levantamento se estende há mais de 10 anos e sem essas informações o planejamento é deficitário.
O presidente explicou que a reativação do Conselho Municipal de Turismo permite que a Prefeitura de Paranavaí busque recursos junto aos órgãos federais e estaduais. O mandato anterior, com outra composição, terminou há aproximadamente um ano e meio.
Para o vice-presidente Jairo Venâncio, empresário do setor, é fundamental encontrar ferramentas que permitam explorar o turismo de Paranavaí. Muitos lugares são atrativos, mas nem todos são conhecidos. Existem nascentes, rios, matas nativas e belezas naturais que permitem, por exemplo, fazer rapel ou boia cross, atividade em que as pessoas percorrem uma parte do rio em cima de boias. Venâncio foi enfático: “Vamos fazer de Paranavaí uma cidade turística, sim”.
A opinião do presidente da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), Rafael Cargnin Filho, é que o município precisa oferecer alternativas para os visitantes. Isso evitaria que fossem para outros centros turísticos, como Porto Rico ou Maringá.
O vice-prefeito Pedro Baraldi citou investimentos do poder público que estão transformando Paranavaí em uma cidade com atrativos para toda a comunidade do Noroeste do Paraná. Na infraestrutura, falou sobre a contratação de serviços de pavimentação de estradas rurais, mais de 10 quilômetros, e destacou a construção do parque urbano na Vila Operária, onde atualmente funciona um lixão a céu aberto – os recursos já foram liberados pelo Governo do Estado, com contrapartida da Administração Municipal.
Conforme salientou o secretário de Desenvolvimento Econômico, o turismo gera Imposto sobre Serviços (ISS), que vai direto para os cofres públicos municipais. Trata-se de recurso livre, que pode ser aplicado em qualquer área definida pela Prefeitura, de acordo com as prioridades.
A intenção, agora, é ampliar a arrecadação específica para o turismo, através de uma taxação sobre o valor da hospedagem. Um projeto de lei será enviado à Câmara de Vereadores, detalhando o valor a ser cobrado, algo como: para cada hóspede, a empresa pagaria R$ 2 e o dinheiro seria destinado ao Fundo Municipal de Turismo.