REINALDO SILVA
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O padre Rosinei Tonietti afirmou que o turismo religioso é um produto do trabalho de evangelização e permite utilizar bens e recursos para levar a “boa nova”, assim chamada pelos cristãos a mensagem de Deus. A atividade é uma forma de oferecer respostas para quem busca o sentido da vida.
Padre Rosinei Tonietti é reitor do Santuário São Miguel Arcanjo, no município de Bandeirantes, Norte Pioneiro do Paraná. A estrutura religiosa atraiu mais do que os olhares da comunidade católica. Graças ao turismo, novos investidores chegaram à cidade e incrementaram a economia, valorizando também a produção local.
A experiência de Bandeirantes mostra que é possível crescer em favor da fé. É o que acreditam lideranças da Região Noroeste, que buscam estruturar uma rede de turismo que contemple aspectos religiosos e promova o desenvolvimento sustentável, a partir da geração de emprego e renda.
Sócio e idealizador do Morro dos Anjos, um parque próximo ao Santuário São Miguel Arcanjo, o empresário Rodrigo Ferro avalia: “O turismo é agregador da família em torno da diversão. O turismo religioso tem que levar isso em consideração com a inclusão da evangelização”.
Ele diz ser defensor da parceria entre a iniciativa privada, a Igreja Católica e o poder público para a estruturação de uma rede sólida de atração de turistas. “Só dá certo quando o coletivo acontece.”
O assunto foi discutido no 1º Simpósio de Turismo Religioso, nesta quarta-feira (12), em Paranavaí. Na ocasião, lideranças da Igreja Católica, gestores municipais, agentes políticos e empresários debateram a necessidade de unir forças e beneficiar toda a comunidade.
Assessor do governo do estado e coordenador do Grupo de Trabalho do Turismo Religioso do Paraná, Eliseu Rocha defende que o turismo religioso vai além dos grandes eventos e das festas que atraem multidões. Mais do que isso, que também é importante, estimula o artesanato, a produção de compotas e doces, a confecção de panos de prato.
“Os mais vulneráveis, aqueles que mais precisam, se tornam independentes. Isso devolve a autoestima da pessoa, devolve a fé, e ela não precisa de outras circunstâncias, de auxílio governamental para sobreviver. Ela consegue prover o sustento. Isso traz dignidade humana.”
Foi o que aconteceu no município de Juranda, no Centro-Sul do Paraná. A cura do menino Lucas, atribuída a um milagre dos pastorinhos de Fátima, Jacinta e Francisco Marto, motivou as peregrinações.
Conforme o relato da prefeita Leila Amadei, Lucas caiu de uma altura aproximada de 6 metros, teve traumatismo craniano e perda de massa encefálica. Foi desacreditado pelos médicos. A situação gravíssima gerou mobilização, oração, fé. 17 dias depois do acidente, o menino saiu do hospital sem nenhuma sequela.
Sobre a importância do turismo religioso a partir dessa experiência, a prefeita de Juranda afirma: “A economia do município cresceu muito. Empresários investindo em nosso município. A gente vem fazendo um trabalho há dois anos com os moradores, o comércio, os agricultores familiares, os pequenos empreendedores, as famílias de baixa renda. Já estão inseridos no turismo”.