A partir do próximo ano letivo, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) passará a ofertar a graduação em Engenharia Têxtil também no câmpus sede. Aprovada internamente pelos conselhos da UEM, a expansão do curso para Maringá, no Noroeste, foi autorizada pelo governo estadual em decreto publicado no Diário Oficial do Paraná.
Desde 1991, por meio do Câmpus Regional de Goioerê (CRG), no Centro-Oeste, a UEM se destaca como a única universidade estadual a desenvolver essa graduação no Brasil. Em todo o País, apenas quatro Instituições de Ensino Superior (IES) ofertam o curso.
Conforme o reitor da UEM, Leandro Vanalli, a abertura de turmas em Maringá busca suprir a crescente demanda do polo têxtil da região por mão de obra qualificada.
“A sociedade regional esperava por essa notícia há alguns anos e, agora, a nossa gestão conseguiu unir esforços e preparar estratégias, com o apoio dos Conselhos Superiores, para a abertura desta turma de Engenharia Têxtil aqui em Maringá, oriunda do curso desenvolvido em Goioerê. Essa oportunidade vai capacitar ainda mais os profissionais da nossa região, que tem um renomado polo têxtil e de moda”, destacou.
“É a UEM se desenvolvendo, fortalecendo o câmpus sede e os câmpus regionais, e trazendo ainda mais visibilidade para o curso de Engenharia Têxtil, reconhecido por sua excelência no Brasil e no mundo”, acrescentou.
Entre todos os cursos de Engenharia atualmente desenvolvidos no câmpus sede da UEM, a nova graduação será a única com aulas no período noturno. A medida visa atender a profissionais que já atuam no mercado de trabalho e buscam capacitação. As turmas sediadas em Goioerê seguem com atividades em período integral.
A grade curricular e o projeto pedagógico das novas turmas serão os mesmos utilizados no CRG. O curso desenvolvido no câmpus sede também estará vinculado ao Departamento de Engenharia Têxtil (DET), sediado em Goioerê, que fornecerá parte do corpo docente para as aulas em Maringá.
Segundo o diretor do Centro de Tecnologia (CTC) da UEM, Romel Dias Vanderlei, a abertura de novas turmas beneficia ambos os câmpus. “A ideia do CTC, junto ao DET, foi trazer o curso para uma região atrativa e, assim, intensificar a formação de profissionais para atender à indústria têxtil de todo o Brasil. Essa medida também integra uma ação de fortalecimento dos câmpus regionais, uma vez que não queremos retirar os cursos dos câmpus da UEM, apenas aproveitar vagas que estavam ociosas”, disse.
DEMANDA DO SETOR – A abertura de oportunidades de capacitação na área era uma demanda antiga de empresários e profissionais do setor têxtil de Maringá e região.
De acordo com a coordenadora do curso de Engenharia Têxtil, Márcia Gomes da Silva, a decisão levou em conta a importância estratégica da cidade para o setor. “Existem muitas indústrias têxteis na região de Maringá, e há uma carência de profissionais qualificados na indústria. Acreditamos que será uma oportunidade importante para quem quer fazer um curso de Engenharia e, também, para as pessoas que já trabalham no setor e querem se capacitar”, afirmou.
O presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Maringá (Sindvest), Wilson Soares Ribeiro Júnior, concorda que a iniciativa deve beneficiar os trabalhadores e empresários do ramo da confecção. “Este curso terá uma importância tremenda, não só pelos engenheiros têxteis que vai formar para a indústria que fabrica o fio, nossa matéria-prima. Mas também vai somar muito para fortalecer todo o processo produtivo da confecção, na compreensão do produto que estamos recebendo e no desenvolvimento de novos produtos, por exemplo”, explicou.
Empresário do ramo há 41 anos, Edson Recco relata que o setor produtivo recebeu a notícia com entusiasmo. “É uma inovação maravilhosa e, com o curso sendo noturno, traz oportunidade para que pessoas já inseridas no mercado de trabalho estejam se graduando em um contraturno”, disse.
Com duração mínima de cinco anos, o bacharelado em Engenharia Têxtil passou a ser ofertado pela UEM no contexto de fundação do CRG, em 1991. À época, Goioerê era o município com maior produção de algodão do Paraná.
Ao longo dos últimos 33 anos, o curso já graduou quase 500 engenheiros têxteis, que abastecem o mercado de trabalho do setor em todo o Brasil e no Exterior. Além da UEM, apenas a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) ofertam a graduação no Brasil.
NOVAS VAGAS – Com o início das aulas previsto para 2025, a graduação em Engenharia Têxtil em Maringá receberá alunos a partir dos próximos processos seletivos da UEM. Estão previstas 21 vagas para a turma inicial, distribuídas entre o Vestibular de Verão 2024, o Processo de Avaliação Seriada (PAS) e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Outras 21 vagas serão abertas em Goioerê.
O PAS 2024 tem prova marcada para o dia 1º de dezembro deste ano, enquanto que, no caso do Vestibular de Verão 2024, as provas serão aplicadas em 12 de janeiro de 2025. Ambos os concursos devem ter inscrições abertas a partir de setembro.
Já o Sisu/UEM seleciona os candidatos por meio das notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas do Enem 2024 estão previstas para os dias 3 e 10 de novembro, e as inscrições se encerraram em junho.
Para mais informações sobre o curso de Engenharia Têxtil, é possível acessar o site do DET/UEM.
Fonte: AEN