ADÃO RIBEIRO
Atendendo a convite, o agroindustrial e suplente de deputado estadual pelo PV, Mauricio Gehlen, visitou a redação do Diário do Noroeste na última terça-feira (6). Acompanhado do ex-vereador Lucas Barone e saindo de uma reunião com o ex-prefeito Rogério Lorenzetti, o empresário falou sobre a disputa política, descartou grandes brigas pelo poder, mas ressaltou que tem um grupo e que este conjunto de lideranças deverá apresentar candidatos e apoiar outros.
No ano que vem haverá eleição para presidente, governador, um senador, além de deputados federais e estaduais. “Nosso time tem candidato, sem vaidade, mas unido e propondo caminhos. Pode ser A, B, C ou outro”, resume, referindo-se ao fato de não haver nomes já definidos. E segue opinando que se fossem pensar apenas no lado pessoal, nenhuma dessas lideranças teria se “aventurado” no terreno das disputas eleitorais.
Para Gehlen, a política deve ser ampla, passando por debates de desenvolvimento regional. Ele cita a necessidade de impulsionar as cadeias produtivas, transformando itens primários e agregando valor. Um exemplo é a mandioca, uma raiz que soma riquezas e empregos ao ser transformada em extensa linha de produtos industriais. Esta visão, ressalta, tem que se tornar regra para todos os setores de produção. Também prevê um forte investimento em turismo, aproveitando as belezas naturais do Noroeste paranaense.
Para acelerar o projeto de desenvolvimento, Gehlen entende que Paranavaí deve ser protagonista e agir com ousadia, ampliando as políticas de incentivos e de atração de investimentos. Polido, descarta críticas ao atual prefeito de Paranavaí e destaca o bom papel de gestor de Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ). Também lembra que o apoiou nas eleições de 2016.
No entanto, analisa que o município pode avançar nas políticas de atração de investimentos. Feiras tecnológicas e de troca de conhecimento entre profissionais são boas experiências de integração, avalia. Um exemplo prático, ressalta, foi a Feira Internacional da Mandioca (Firman – edição 2018), cujos frutos são colhidos até hoje com troca de tecnologia e venda de equipamentos. Lamenta que, como avalia, não houve apoio para a sequência do evento.
Política e partidos – Mas, política se faz com partidos. Segundo suplente de deputado estadual pelo PV, Gehlen confirma que está em processo de mudança de sigla, o que deve acontecer na janela de trocas em março do ano que vem. Ele não tem destino partidário ainda e analisa o panorama. Permaneceu no PV por ser suplente de deputado e, nesta condição, poderia ser convocado a qualquer momento.
Ressalta que quando ingressou no PV o fez pela sua bandeira diferenciada de cuidado com as pessoas e com o meio ambiente. No último ano de mandato a questão da suplência estará vencida, abrindo espaço para novos caminhos.
Entre os parceiros de primeira hora, cita Gehlen, estão o MDB do ex-vereador e candidato a vice-prefeito em 2020, Lucas Barone; o PSD do governador Ratinho Júnior e que no plano local tem na liderança o ex-prefeito Rogério Lorenzetti (gestões 2009/2012 –2013/2016).
Nesta lista ele inclui o PDT do candidato a prefeito em 2020 e ex-vereador Eduardo Dal-Prá e outros. Gehlen obteve 20.018 votos nas eleições de 2018, dos quais 13.273 somente em Paranavaí, seu domicílio eleitoral. Ex-prefeito (gestão 1997/2000) e deputado estadual por dois mandatos (2007/2010 – 2011/2014), Teruo Kato também compõe esse grupo, embora neste momento descarte ser candidato, mas ainda com grande liderança.
Indagado sobre a falta de representatividade paranavaiense nos postos de destaque do Governo, Mauricio Ghelen vê com naturalidade. Opina que na cidade há nomes preparados para o primeiro escalão do Estado. Por outro lado, há muita gente competente na base do Governo em todo o Paraná, tornando a escolha mais difícil. “São muitos fatores”, pontua, reforçando que a atuação deste grupo não depende de cargos.
Candidato a prefeito – Ainda sobre disputas eleitorais, outro tema importante: Gehlen quer ser prefeito de Paranavaí. Mas, como ele mesmo diz, sem precipitações. Nascido no Rio Grande do Sul, com 60 anos de idade (32 deles vividos em Paranavaí) e em pleno vigor, entende que não precisa ter pressa. Tanto que a conjuntura e o grupo político vão definir o melhor momento de disputar. Pode ser já em 2024 ou mais pra frente, pois, como analisa, há tempo para o projeto.
Mauricio Gehlen adverte mais uma vez que não se trata de projeto pessoal ou vaidade, mas de um desejo de contribuir com a sua experiência acumulada na gestão de entidades classistas e beneficentes. No currículo, estão mandados de presidente da Associação Comercial (Aciap), presidente do Cecap, entre outras ações. Ganhou projeção recente com o Instituto Maurício Gehlen, mantenedor do Centro de Convivência do Idoso, uma referência estadual com projeção nacional.
Tanto que o Governo do Estado colocou em seu programa a construção de 18 unidades inspiradas no modelo. Também a Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, visitou a unidade e demonstrou entusiasmo pelo modelo de ação. O projeto é uma das razões que valeram ao agroindustrial o Título de Cidadão Honorário do Paraná, proposto pelo deputado Adriano José e aprovado por unanimidade. A entrega da honraria deve ser em Paranavaí, em sessão descentralizada da Assembleia Legislativa do Paraná.