Baraldi no páreo
A política paranavaiense está a mil nos bastidores. É o momento de postulantes buscarem apoios, viabilizando o sonhado nome e número na urna eletrônica no dia 6 de outubro. Até lá, no entanto, há um longo caminho. Atual vice-prefeito, Pedro Baraldi é um contador renomado. Foi secretário, vereador e entende que já cumpriu a missão nestes cargos. Agora, tenta se viabilizar candidato a prefeito. No entanto, sabe que há obstáculos a serem ultrapassados. Pré-candidato do Progressistas, Baraldi confirma que a sua viabilidade passa pela liderança do deputado federal Tião Medeiros.
Cenários
De acordo com o caminho natural traçado nas eleições de 2022 pelo grupo, o médico Leônidas Fávero Neto tem a preferência para pleitear o comando do Palácio Ivaí a partir de 2025. Ele é primeiro suplente de deputado estadual. O jogo, no entanto, depende do entendimento entre o deputado Medeiros e o prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes (KIQ). Os dois estão conversando e o sonho dos aliados é evitar um embate, pois, no final das contas, poderia não ter vencedor (houve até um longo jantar para aparar arestas, fiquei sabendo). Baraldi não descarta até mudar de partido, caso as alianças passem pela condição. Hoje o vice tem papel destacado na administração, respeitado como gestor. Neste momento ele é o prefeito em exercício durante férias de KIQ.
Análise
No cenário, ainda de incertezas, o candidatíssimo Mauricio Gehlen também desponta. O empresário tem na manga o apoio, por enquanto não oficial, do prefeito KIQ e do governador Ratinho Júnior. Mas sabe que o caminho passa por acordos da cúpula que, sabidamente, detém a liderança da cidade atualmente. Como disse a coluna na última terça-feira, é preciso ser “ungido” por quem tem capilaridade e votos. Neste caso, Tião e KIQ, sem perder de vista outros nomes, respeitando a máxima da política: apoio não se rejeita.
César é pré-candidato
O título é mero formalismo, pois César Alexandre (PT) deve ser candidato ao cargo de prefeito de Paranavaí. Em visita nesta quarta-feira pela manhã, ele confirmou ao Diário do Noroeste que conversa com diversas correntes políticas para fazer uma chapa. Pode pintar um empresário nesta dobradinha (César é servidor público aposentado e professor universitário). A sua candidatura vislumbra dois fatores primordiais: o primeiro é que se trata de uma orientação partidária de manter a atuação em polos importantes. Outro dado é que se trata de um momento favorável, pois o PT tem o presidente da República (Lula). César quer debater programas habitacionais, entre outros dados relevantes dos pontos de vista econômico e social.
Chapa de vereadores
Enquanto trata da majoritária, o PT não descuida da chapa de pré-candidatos a vereador. O líder partidário informa que a federação (PT, PCdoB e PV) já está com o time montado para concorrer a vagas na Câmara de Paranavaí neste ano. Tem um nome de peso nesta federação: o ex-vereador Roberto Cauneto Picorelli (Pó Royal), cassado na atual legislatura, mas sem a perda dos direitos políticos. O potencial de votos do Pó Royal deve ajudar a atrair o interesse de postulantes. Sem contar que na próxima legislatura serão 15 vereadores e não mais 10, como vigora até então. Com 15 fica mais fácil, conforme confidenciou recentemente um ex-vereador, já de olho no pleito.
IPTU para clubes sociais
Tramita na Câmara de Vereadores de Paranavaí (a passos lentos, é verdade), um projeto de lei de 2022 de autoria do Poder Executivo que passa a cobrar IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano – para clubes de lazer. Na justificativa, o fato de que não há contrapartida, com prestação de serviço comunitário. Dirigentes reclamam da proposta, já que poderia inviabilizar o funcionamento de tradicionais clubes da cidade. Há quem diga que clubes seriam tributados anualmente com valores entre R$ 20 mil e R$ 300 mil.
A saidinha
Senadores aprovaram o fim da chamada saidinha, isto é, a liberdade temporária de presos em condições especiais para passarem feriados com seus familiares. Contrários ao benefício citam o caso emblemático do Sargento Dias, morto no dia 5 de janeiro em Belo Horizonte por um apenado que não voltou para a cadeia após a saidinha de Ano Novo. Em exercício de lógica, o sargento não teria morrido se não houvesse o benefício. Porém, outros advogam a causa da saidinha, já que ela contribuiria para o bom comportamento dos detentos e cumprimentos de outras normas internas (sim, só tem direito quem preenche os requisitos). Também outro detalhe: a chamada saidinha só chama a atenção porque se dá de forma coletiva. Cerca de 4% dos beneficiados não retornam ao sistema prisional após o período, número considerado baixo. Importante lembrar que todos os dias há pessoas chegando e saindo dos presídios por detenção em flagrante ou por ordem judicial, independentemente da tal saidinha. Conversa muito cumprida e complexa. Em tempo: o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowsk, deve recomendar o veto ao projeto por parte do Presidente Lula, caso seja aprovado também pela Câmara dos Deputados. A votação é necessária porque o projeto foi “emendado” no Senado.