BOLSONARO E A EMBAIXADA
Um dos assuntos desta semana é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Uma pergunta intriga analistas: o que ele foi fazer na embaixada da Hungria, onde permaneceu de 12 a 14 de fevereiro, quatro dias após ter o seu passaporte apreendido por ordem do Supremo Tribunal Federal? Há quem não veja ilícito nessa atitude (e por si só não é). Porém, existem entendimentos de que ele efetivamente ficou asilado na embaixada e algum motivo o fez desistir da ideia. A sua defesa alega que o ex-presidente foi ao local apenas para manter contato com outras lideranças internacionais, atualizando o momento brasileiro. Seus desafetos denunciam o risco de fuga através de uma embaixada amiga. Por enquanto ficarei com o clichê: o Brasil não é para amadores.
PÉ-DE-MEIA
O Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional, na modalidade de poupança, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes matriculados no ensino médio público. Por meio do incentivo à permanência escolar, o programa quer democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão pela educação, estimulando a mobilidade social. Essa é a definição do governo.
O RECURSO
O Pé-de-Meia prevê o pagamento de incentivo mensal de R$ 200, que podem ser sacados em qualquer momento, mais depósitos de R$ 1.000 ao final de cada ano concluído, que o estudante só pode retirar da poupança após se formar no ensino médio. Considerando as dez parcelas de incentivo, os depósitos anuais e, ainda, o adicional de R$ 200 pela participação no Enem, os valores chegam a R$ 9.200 por aluno. Para além das ideologias, o programa é determinante para manter o jovem na escola. Não se esqueçam que entre as condicionantes está a frequência em 80% das aulas. É cidadania e jovem também quer o seu dinheiro para passear, comprar algo ou se sentir valorizado. O país que investe em educação sempre sairá vencedor em médio e longo prazos.
E A MARIELLE FRANCO?
Todos sabemos que Marielle se tornou vítima e saudade para os seus familiares e aliados. A semana, porém, está repleta de noticiários sobre a vereadora do Rio de Janeiro, assassinada a tiros junto com o seu motorista Anderson Gomes. Os irmãos Brazão (Domingos e Chiquinho) estão presos desde domingo, suspeitos da ordem para o assassinato. O que deixou todo mundo de “boca aberta” foi o envolvimento do delegado Rivaldo Barbosa, apontado como o homem que definiu a dinâmica do crime, ou seja, a execução. Neste cenário maluco, Barbosa consolou a família no dia do crime e prometeu encontrar os assassinos. Ao que parece ele já sabia, só não podia dizer.
GANÂNCIA
Domingos Brazão é do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Tem salário alto e mais mordomias. O Chiquinho é deputado federal e com um capital para além das suas necessidades. O delegado Rivaldo Barbosa é funcionário de estado e no topo da carreira da Polícia Civil. Todos, em tese, teriam salários para a vida toda e confortáveis em suas áreas de atuação. Engordaram os olhos e queriam mais com tantos negócios ilegais (inclusive imobiliários, atrapalhados pela vereadora). Obtiveram êxito por muito tempo. Só que agora conseguiram o que parecem ser longos anos de cadeia. Só a ganância explica tamanha irracionalidade. Tempos de reflexão.
NA CONTRAMÃO
Na contramão dos gananciosos acima, tem o exemplo de uma paranavaiense simples. No final de semana, a coluna apurou que uma mulher modesta comprou um sofá seminovo e dentro do forro estava um envelope com R$ 5 mil e anotações de contas pessoais do vendedor. A compradora achou e devolveu na mesma hora. Como curiosidade: fique sabendo que a grana estava guardada há pelo menos 8 anos. Um bom exemplo nesta Semana Santa. Para concluir, um verso bíblico em Mateus 6/24: “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”.
OLHO NO LANCI
Para suavizar o dia, falemos um pouco do jovem Arthur Lanci. Paranavaiense de tradicional família ligada ao esporte, ele venceu, ao lado de Evandro, a etapa do Circuito Mundial de Vôlei de Praia em Recife no último domingo, conforme noticiado pelo DN. Agora já está em Saquarema, onde luta por mais uma etapa no próximo final de semana. As conquistas são gigantescas, mas Arthur quer mais: mantém o sonho olímpico. Torçamos por ele e, independentemente do que houver daqui para frente, é destaque num esporte de repercussão mundial. Os resultados só aparecem de uma forma: com muita luta. Parabéns, Arthur. Estamos todos de olho no Lanci.
E VINI CHOROU…
Quando você estiver lendo este texto, o Brasil já terá jogado contra a Espanha, em amistoso marcado para o início da noite desta terça-feira. Sinceramente, pouco importa o resultado. Quem chamou a atenção, antes da disputa, foi Vini Jr. Ele é craque, joga no Real Madrid e é titular da seleção brasileira. Ainda assim tem que conviver com manifestações racistas e não suporta mais. Chorou pelo menos duas vezes na entrevista coletiva de segunda-feira. Como prêmio de consolação ganhou a faixa de capitão para a contenda desta terça-feira. É pouco, precisa ser protegido e dá sinais de cansaço. Ele tem apenas 23 anos – velho demais para a vida civil e jovem demais para assuntos tão densos (e tensos). Palmas para a chefe da delegação brasileira e presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Ela se manifestou sobre crimes hediondos como racismo e estupro. Sabiamente disse que “a impunidade é a semente do próximo crime”.