REINALDO SILVA
Da Redação
“Paranavaí precisa, em nome da população, assumir uma posição ativa e altiva e lutar para conquistar mais e melhores unidades de saúde e de serviços médico-hospitalares.”
O apelo foi feito pelo vereador Waldur Trentini durante pronunciamento na sessão ordinária da Câmara, na segunda-feira (3). Ele se referiu à necessidade de estruturar no município um hospital público dedicado exclusivamente ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Fique por dentro de tudo o que acontece em Paranavaí e região! Clique aqui e entre no grupo de WhatsApp do Diário do Noroeste.
A Santa Casa de Paranavaí, referência para o Noroeste, e o Hospital Regional funcionam em sistema híbrido, oferecendo serviços não apenas a pacientes da rede pública, mas também a conveniados e particulares – esses dois últimos são necessários para garantir o equilíbrio financeiro.
Apesar da predominância da gratuidade, Trentini avaliou que o formato vigente provoca demora e represamento dos atendimentos em relação aos usuários do SUS.
Diante da insuficiência de suprir a demanda, as prefeituras compram consultas e exames de empresas privadas, prática igualmente criticada pelo vereador. “Não é possível que a gente utilize dinheiro público para fazer tratamento particular, para pagar unidades de saúde particulares. O dinheiro é público e é do público. Precisamos ter a altivez de conseguir o tratamento de saúde. Não misturemos o público com o privado.”
Trentini apontou outra questão que disse considerar preocupante: o transporte de moradores de Paranavaí para centros médicos de cidades distantes, o que chamou de exportação de pacientes.
“Estamos exportando pacientes de ortopedia para Colorado, a 83 quilômetros; de cardiologia para Arapongas, a 135 quilômetros; de oncologia para Umuarama, a 148 quilômetros. O lógico seria ter atendimento em Paranavaí, ou, pelo menos, buscar atendimento em um município mais próximo, como, no caso, Maringá, a 74 quilômetros.”
Ao concluir a declaração no plenário da Câmara de Vereadores, Trentini foi taxativo: “Pede-se paciência à população de Paranavaí. Paciência na dor, no sofrimento, na falta de atendimento e de consultas. Que paciência é essa? Precisamos de um hospital público”.
Em resposta ao Diário do Noroeste, a secretária de Saúde de Paranavaí, Andréia Vilar, disse reconhecer a legitimidade da demanda por um hospital municipal e compreende a preocupação da população com a qualidade do atendimento em saúde. “No entanto, é essencial priorizar o pleno funcionamento da estrutura hospitalar já existente na cidade”, referência à Santa Casa e ao Hospital Regional.
A construção de uma unidade exclusiva para Paranavaí não se justifica, avaliou a secretária, pois já há um prédio pronto, com espaço planejado e leitos montados, que podem ser utilizados de maneira eficiente.
Segundo Andréia Vilar, resolver a falta de celeridade nos atendimentos requer esforço conjunto entre os governos federal, estadual e municipais e o Consórcio Intermunicipal de Saúde e Serviços (CIS).
“Mais do que pensar em soluções isoladas, por município, o momento exige o fortalecimento da estrutura hospitalar regional, garantindo o melhor aproveitamento dos recursos já disponíveis.”
Confira outros detalhes da declaração da secretária de Saúde na edição impressa do Diário do Noroeste deste fim de semana.
INDICAÇÕES – Os apontamentos feitos pelo vereador na sessão de segunda-feira estampam uma indicação assinada por Trentini ao Executivo. O documento também fala da importância de buscar a autorização para o funcionamento do curso de Medicina e reivindicar a instalação de uma unidade de tratamento do câncer.
Na mesma área, a saúde, Antonio Marcos Sampaio indicou a instalação de uma farmácia municipal ao lado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Avenida Presidente Tancredo Neves. A intenção é facilitar o acesso dos pacientes a medicações distribuídas gratuitamente pela prefeitura.
As indicações são instrumentos utilizados pelos vereadores para solicitar melhorias ao Poder Executivo, sem que haja necessidade de votação em plenário. Podem ser direcionadas a qualquer segmento da administração pública, por exemplo, saúde, educação e infraestrutura.