Renato Benvindo Frata
Aquela história de que uma é pouco, duas é bom e três é demais, é pura balela.
Só uma já é muito.
Passou a noite comigo e me deixou extenuado. Quase não dormi.
Fique rolando de cá pra lá, cobrindo-me, descobrindo-me.
Levantando e me deitando.
Tirando e colocando roupa.
Abanando, alisando.
Confesso que me chupou por inteiro!
O tempo todo.
Há várias marcas de chupões em mim.
Que estrago, meu!
Sobrou até pro pijama, pro lençol…
“– Boca insaciável!”
Desmedidamente incansável.
Sôfrega.
Louca, varrida.
Encerada.
Inconsequente.
Esta noite, com certeza, virá de novo.
Mas estarei esperando.
Sim, a esperarei.
Com uma lata de Baygon, pulga nojenta!
“do livro Azarinho e o Caga-fogo, de 2014, do autor.”