Antes mesmo da chegada do inverno, o Brasil tem enfrentado um surto de doenças respiratórias. A circulação de diferentes vírus nessa época do ano aumentou a procura por unidades de saúde e a demanda já tem sobrecarregado o sistema em alguns locais. Podendo atingir pessoas de todas as faixas etárias, esse tipo de enfermidade costuma ter maior potencial de gravidade em crianças, gestantes e idosos, o que requer mais cuidado e atenção.
Por compartilharem sintomas semelhantes, muitas vezes, a gripe e o resfriado podem ser considerados uma mesma doença. No entanto, são causados por vírus respiratórios diferentes e merecem cuidados específicos.
Conforme explica a médica pediatra Agnes Andrade, a gripe é, normalmente, causada pelos vírus Influenza A e Influenza B. Por outro lado, o resfriado pode surgir quando há infecção pelo vírus sincicial respiratório, pelo rinovírus, pelo parainfluenza ou até pelo metapneumovírus, por exemplo.
Segundo a especialista, há diferença, também, entre os sintomas desenvolvidos por cada doença. É comum que o resfriado se apresente de maneira mais leve, produzindo tosse, coriza e febre baixa (em alguns casos, a febre pode nem aparecer). A gripe, contudo, costuma causar maior prostração. Febre alta, dor no corpo, mal estar, dor de cabeça, tosse, coriza e dor de garganta são bastante característicos. “Na gripe, tudo é mais intenso, com potencial de gravidade maior e podendo causar até óbito”, alerta.
Proteção
A boa notícia é que os casos de gripe podem ser amenizados e até evitados por meio da vacina. Conforme a pediatra, o imunizante contra influenza é capaz de prevenir casos graves da doença. “A vacina precisa ser feita anualmente porque o vírus muda todo ano e a nossa imunidade vai caindo progressivamente com o passar do tempo. Todos podem ter acesso, já que está disponível tanto no SUS quanto no [sistema] particular, com diferença apenas entre as cepas que cada uma compõe”, informa.
Os imunizantes distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são trivalentes, desenvolvidos para proteger contra duas formas da linhagem A e uma da linhagem B. Já as vacinas da rede privada de saúde protegem contra duas formas da linhagem A e duas da linhagem B.
“Essa linhagem extra disponível no particular chama-se Yamagata, mas já faz um tempo que ela não circula no nosso meio, fazendo com que as duas vacinas sejam muito parecidas do ponto de vista de proteção atualmente”, acrescenta a médica.
Em Paranavaí, a vacina contra a gripe já está disponível gratuitamente para todas as faixas etárias.
Há contraindicações?
O imunizante que protege contra a influenza é indicado para pessoas a partir dos seis meses de idade e tem como única contra indicação reação alérgica à vacina anterior. A dose pode ser administrada, inclusive, juntamente com as outras vacinas do calendário. Os sintomas colaterais mais comuns pós aplicação são vermelhidão e dor no local e, às vezes, febre mais baixa.
A pediatra esclarece que sintomas leves, como tosse e coriza, não contraindicam a realização da vacina. “Aquela criança que está doentinha pode ser levada para vacinar. Contudo, quando há febre, em casos mais importantes, a orientação é aguardar até 48 horas após a melhora para vacinar.”
Quando o caso de influenza for confirmado, a orientação é aguardar um mês para receber a vacina. “Mas é importante lembrar, a vacina não tem a capacidade de nos deixar gripados, porque ela é feita com um vírus inativado, vírus morto. O que acontece é que, como nós estamos numa época de grande circulação de vírus respiratórios, é comum que a gente fique doente e resfriado por outros vírus. Então, aproveite para vacinar contra a influenza e já atualizar o calendário vacinal das crianças”, recomenda.
SERVIÇO
Agnes Andrade – Médica pediatra (CRM 42.960 // RQE 31.841)
Endereço: Rua Manoel Ribas, 1978, Parque São Lourenço, ICT Clínica, em Paranavaí
Telefone/WhatsApp: (41) 9 9732-2294
Instagram: @agnes.pediatra