Diante dos efeitos negativos da seca e das altas temperaturas, os produtores rurais precisam lançar mão de estratégias como o plantio direto e o terraceamento
REINALDO SILVA
Da Redação
A chuva desta semana traz alívio aos produtores rurais, mas ainda não é suficiente para reverter os efeitos da longa estiagem e das altas temperaturas registradas nos últimos meses. O solo segue com baixa umidade, o que compromete o desenvolvimento de lavouras e pastagens, interferindo na produtividade e, por consequência, nos preços aos consumidores finais.
A avaliação é do gerente regional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) de Paranavaí, José Jaime de Lima, que pontuou os problemas acumulados em razão da baixa precipitação.
A água é essencial para o crescimento das plantas, pois hidrata e conduz nutrientes. Sem esse elemento, não é possível suprir a necessidade de adubo. As temperaturas extremas – altas ou baixas – também são prejudiciais.
Lima analisou o desempenho de culturas características da Região Noroeste diante das insistentes condições desfavoráveis. Segundo ele, a cana-de-açúcar e a mandioca são mais resistentes ao calor e à seca, mesmo assim, estão sujeitas à perda de volume. As pastagens ficam em um nível intermediário, sofrem, mas também conseguem persistir. Já a laranja, mesmo sendo perene, é mais suscetível, com abortamento de flores e frutos menores.
A irregularidade das precipitações, espaçadas demais ou em volumes desproporcionais, exige que os produtores adotem estratégias de proteção do solo e busquem alternativas para manter as lavouras irrigadas.
O gerente regional do IDR citou o plantio direto, que resulta na cobertura do solo e, portanto, serve como proteção térmica, além de manter a umidade por mais tempo. O terraceamento é outro aliado do produtor rural, porque evita erosões causadas pelo escoamento acelerado e volumoso de água; a sugestão é que a manutenção das curvas de nível seja feita, em média, a cada três anos, a depender da frequência de revolvimento.
IRRIGAÇÃO
Uma forma de contornar a estiagem é implantar sistemas de irrigação. Normalmente, os custos para a aquisição dos equipamentos são elevados, mas os produtores paranaenses podem recorrer ao governo do estado, que subsidia os juros através do programa Irriga Paraná.
Apresentado como ação de incentivo à agropecuária, a proposta inclui facilidades na outorga de captação de água, item ainda em fase de regulamentação.
Dentro dessa perspectiva, o gerente regional do IDR disse que a coleta e o armazenamento da chuva são possibilidades interessantes para aliviar os riscos de perdas que acompanham períodos de seca.
ATENDIMENTO
Lima informou que os escritórios municipais do IDR-PR contam com profissionais técnicos capacitados para orientar e prestar assistência aos produtores rurais. Entre as atribuições estão a cooperação no planejamento das lavouras e os cuidados ambientais, não apenas em relação à água, mas também no controle de pragas e na proteção das reservas florestais.